Luanda - O deputado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) João Pinto, considerou  em Luanda que a saída do parlamento do antigo dirigente do partido Lopo do Nascimento é um “render da guarda, uma transição geracional”.

Fonte: Lusa

Em declarações à Lusa, João Pinto referiu que Lopo do Nascimento, que na quinta-feira anunciou a sua retirada da vida política activa “por razões particulares”, é uma figura e uma referência histórica do MPLA.


Lopo do Nascimento, que foi primeiro-ministro de Angola entre 11 de Novembro de 1975, primeiro dia de independência, e 09 de Dezembro de 1978, na sua mensagem de agradecimento e despedida do parlamento dirigiu apelos de união aos jovens, considerando-os os garantes do futuro de Angola.


Questionado se a mensagem do histórico do MPLA o tinha surpreendido, João Pinto respondeu que não, sublinhando que foi um discurso de “expressão de sentimentos”.


“É o discurso de alguém com autoridade moral, com uma posição muito própria e que sempre, em 1976, nos anos 80, na transição para a democracia, obteve uma postura própria, que o caracteriza. É intelectual”, frisou João Pinto.


João Pinto acrescentou que da mensagem deixada por Lopo do Nascimento reteve que “os jovens devem ser críticos, ter atenção, mas acima de tudo pensarem na unidade, na segurança, na estabilidade, na paz, na democracia e nos direitos humanos”.


“Mesmo quando tivermos as nossas contradições devemos unir-nos por uma causa: segurança nacional e não utilizar a tribo, o género, a raça ou a religião para nos dividirmos”, adiantou o deputado.


No seu discurso de quinta-feira, Lopo do nascimento, 71 anos, foi interrompido com palmas dos deputados da oposição em três momentos da intervenção, tendo afirmado que “a nação não é de nenhum partido, é obra de todos e pertence a todos”.