Lisboa - A produção diária de barris de petróleo em Angola deve chegar aos 2 milhões no final de 2015, prevê a agência de notação financeira Moody's numa opinião de crédito, na qual mantém a perspetiva positiva para o país.

Fonte: Lusa

"Acreditamos que a produção de petróleo e gás vai muito provavelmente chegar aos 2 milhões de barris por dia no final de 2015, o que, até certo ponto, mitigaria o impacto negativo nas receitas estatais de uma pequena descida do preço do petróleo a médio prazo", lê-se na avaliação feita pela agência de 'rating', e que antecipa em dois anos a previsão do Executivo para chegar à meta de 2 milhões de barris por dia.

O panorama geral descrito nas sete páginas que compõem a opinião de crédito, que não implica qualquer alteração no 'rating' do país ('rating' de Ba3 e perspetiva de evolução Positiva) é bastante otimista, sendo alguns dos indicadores previstos na análise inclusivamente melhores que a estimativa oficial do Governo angolano, como é o caso do valor do saldo orçamental para 2013 e para este ano, e do crescimento da economia, que a Moody's prevê vá expandir-se 6,8 por cento este ano.

"Antevemos que o resultado orçamental de 2013 revele um excedente de cerca de 2,5% do Produto Interno Bruto, significativamente mais baixo que o resultado positivo de 8,5% alcançado em 2012", escreve a Moody's, explicando esta degradação com receitas petrolíferas maiores que o previsto e com uma despesa que ficou abaixo do orçamentado.

Os analistas da Moody's, aliás, estimam que o saldo orçamental deste ano seja positivo em 2 a 3% do PIB, enquanto o Orçamento do Estado para este ano prevê um défice de 4,9%, uma diferença significativa que a Moody's justifica com uma subvalorização das receitas do petróleo devido ao preço (98 dólares por barril previstos pelo Governo contra 106 dólares antecipado pela Moody's) e uma redução em 20% da previsão de despesas estatais.

Sobre o petróleo, a principal fonte de riqueza do país e responsável pela quase totalidade das exportações de Angola, a Moody's afirma que o panorama é positivo, estimando que o aumento da produção no ano passado face a 2012 tenha sido de 2%, "baseado numa produção diária de petróleo e gás que alcançou uma média de 1,79 milhões de barris por dia e no preço do petróleo de 108 dólares por barril, o que é relativamente elevado".

Estes resultados financeiros altamente positivos permitem ao Governo angolano "perseguir a estratégia de diversificar a economia, atacando problemas estruturais como a grande necessidade de infraestruturas, que tem parcialmente adiado um eficiente uso dos recursos não petrolíferos do país, como a agricultura e os minérios".