Luanda - O director executivo da Câmara do Comércio Angola/EUA, Pedro Godinho Domingos, deplorou na última quinta-feira, em Luanda, a indiferença do sector empresarial angolano, quer público como privado, face à linha de crédito do Ex-Im Bank destinada ao país desde 2009, num valor global de cerca de 12 biliões de kwanzas.

Fonte: Angop
Em entrevista à imprensa, sobre as facilidades do Ex-Im Bank para África e Angola, em particular, bem como do relacionamento desta instituição financeira norte-americana com os bancos comerciais angolanos, o responsável disse ser impressionante que passados os quatro anos de vigor da linha o montante continua intacto.

Disse não perceber as razões que deverão estar na base do referido comportamento por parte da classe empresarial, motivo que obrigará a câmara a realizar mais campanhas de divulgação da linha de crédito para inverter a situação e permitir que os empresários nacionais tenham acesso aos valores disponíveis, cujo tecto passa a ser ilimitado.

“Nós olhamos para esta situação com alguma preocupação, visto que o fundo a que nos referimos (os cerca de 12 biliões de Kwanzas) esteve disponível durante quatro anos e não houve acesso. Mas isto também deve-se à existência de algumas dificuldades do empresariado nacional em contactar o mercado americano, por força da barreira comunicacional” - notou.

Na óptica do dirigente, os empresários angolanos sentem-se mais confortáveis em recorrer ao mercado português ou inglês para compras devido à dificuldade linguística. Acrescentou que o mercado português é 36 porcento mais caro que o norte-americano e que, se não fosse a língua, a África do sul seria a opção primordial dos angolanos pela proximidade.   

Por este factor, advogou maior ousadia dos empresários nacionais e que estes não vêem na língua uma barreira. Aconselhou, entretanto, que se equacione as relações com os EUA, no sentido de se tirar maior proveito das facilidades que este Estado concede a Angola, susceptíveis de contribuir para o desenvolvimento do país.

Os Estados Unidos, prosseguiu Pedro Godinho, é uma super potência, e há enormes vantagens no relacionamento com empresas norte- americanas, até porque estas detêm tecnologias de ponta.

Nesta senda, disse que um dos objectivos da câmara é garantir a transferência de tecnologias, conhecimentos e fundos, bastando apenas que haja acutilância no processo.

Recordou, na ocasião, que o Ex-Im Bank enquanto parceiro do Estado Angolano, financiou, num passado recente, a compra de aeronaves para o país, num total de cinco biliões de dólares (cerca de 500 biliões de kwanzas).

Linha de crédito do Ex-Im Bank para Angola torna-se ilimitada

O Ex-Im Bank (banco norte-americano) tem um valor indeterminado para financiar projectos empresariais em Angola e os beneficiários dos créditos da linha destinada ao país terão um prazo de sete anos para reembolsar o montante, informou hoje, em Luanda, o director da referida instituição para África, Rick Angiuoni.

De acordo com o responsável, até o presente ano Angola tinha disponível uma linha de crédito de cerca de 12 biliões de kwanzas não utilizada. Indicou  que apesar disso o Ex-Im Bank decidiu eliminar o seu tecto de financiamento para Angola por considerar  um importante e estratégico parceiro dos Estados Unidos da América.

“Na base da decisão está também a actual dinâmica do mercado angolano, o acelerado crescimento do país, a intenção da referida instituição em participar activamente no processo de diversificação da economia nacional e o facto de Angola constituir o terceiro mercado africano das principais exportações norte-americano, atrás da África do Sul e da Nigéria” - disse.

Falando em conferência de imprensa sobre as facilidades do Ex-Bank para África e Angola, em particular, bem como do relacionamento desta com os bancos comerciais angolanos, Rick Angiuoni salientou que a sua instituição pretende trabalhar em conjunto com a banca angolana para viabilizar a materializar projectos empresariais, quer do sector privado como público.

Na ocasião, manifestou-se optimista quanto ao futuro de Angola, sublinhando que doravante a interacção entre esta instituição norte-americana e os empresários angolanos será maior como forma de permitir que facilmente estes tenham acesso aos créditos.

“Nós partilhamos bastante os objectivos e metas do Plano de Desenvolvimento de Angola para a melhoria das infra-estruturas, dos investimentos e para tornar o país mais competitivo” – disse, admitindo que os elementos da economia angolana são fortes.   

Acrescentou que a prioridade da linha de crédito do Ex-Im Bank para o país recai para os sectores da agricultura, energia, aviação, petróleo e gás, transporte e telecomunicações e que os bancos credenciados para a concessão de créditos nesta base são os de Poupança e Crédito (BPC) de Fomento Angola (BFA), Angolano de Investimento (BAI) e o Espírito Santo (BESA).

Por outro lado, Rick Angiuoni Adiantou que, em breve, o Banco de Negócios Internacionais também será um dos “canais” deste processo e que no decorrer do tempo outras instituições financeiras angolanas serão envolvidas, de modos a diversificar as opções dos empresários interessados créditos dentro da referida linha.