Venezuela - O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o lançamento de um diálogo nacional, para tentar dar resposta aos protestos das últimas três semanas no país, durante os quais já morreram 11 pessoas.

Fonte: DN
"Trata-se de uma conferência nacional de paz que vou lançar na quarta-feira com todas as correntes sociais, políticas, corporativistas, religiosas", afirmou Maduro diante de uma multidão de apoiantes, reunidos no exterior do palácio presidencial.

O Presidente indicou que tinha convocado para as reuniões iniciais, hoje, os governadores das várias regiões do país, incluindo da oposição, entre os quais Henrique Capriles, candidato derrotado nas presidenciais de abril e governador do estado de Miranda.

"Amanhã à tarde, haverá um conselho federal, está na Constituição, queremos que seja transmitio na televisão e que o país veja e oiça a verdade", escreveu Capriles no seu Twitter, sem precisar se vai ou não estar presente.

Durante a tarde, centenas de apoiantes de Maduro, na sua maioria idosos, desfilaram em Caracas em apoio ao Presidente.

Os protestos contra Maduro começaram há três semanas. Em causa está a insegurança, a inflação e a escassez de alimentos e outros bens.

O Presidente disse domingo que os protestos violentos contra o Governo estão a acabar e que não chegaram a afetar mais do que 8% do país.

"Os focos de violência estão a acabar, a extinguir-se", disse o Presidente num discurso perante os seus apoiantes. É preciso "ir derrotando-os, como estamos a fazer", com o uso da força pública, sublinhou.

De acordo com o Presidente, os protestos apenas afetaram 8% do território, devido a cortes de estradas e de ruas, "mortes e sangue", e o resto do país "esteve em paz todos os dias", cada um "fazendo as suas compras, os jovens estudando, os pais trabalhando".

Até agora já morreram 11 pessoas em incidentes relacionados com as manifestações, a última das quais um jovem que o Presidente identificou como Danny Vargas e que, disse, morreu apunhalado na sequência de uma vingança de alguém que fora humilhado numa das barricadas dos manifestantes.

Governo e oposição têm pedido com insistência para que as manifestações decorram sem incidentes, mas além dos 11 mortos já há a registar mais de 150 feridos e dezenas de detidos.

Para Nicolás Maduro, trata-se de uma tentativa "de golpe de Estado prolongado e fascista", tanto mais que Capriles disse domingo que "os protestos continuarão" até que o Governo aceite as exigências dos manifestantes.

Estudantes e oposição apresentaram no sábado uma lista de exigências que inclui, entre outras, a libertação dos detidos durante as manifestações e do dirigente da oposição Leopoldo López.