Luanda - António Ângelo Maurício Bernardo foi assassinado dentro de uma das celas na Esquadra 23ª da Polícia Nacional, pertencente a Divisão da Samba (Talatona). A barbaridade ocorreu no dia 19 do corrente mês e a  procuradora da referida esquadra Ana Ferreira, que transmitiu o infausto a família enlutada, recusou-se em providenciar detalhes e circunstâncias da ocorrência limitando-se em dizer que “na calada da noite 2 presos da mesma cela torturaram António Bernardo até à morte”. Contraditoriamente ao relato da procuradora a autópsia revela que o malogrado foi agredido com objectos contundentes.

Fonte: Club-k.net

Nota de repúdia em anexo:

Segundo dados providenciados pela família do enlutado, António Bernardo se encontrava detido como resultado de crime de agressões corporais simples (luta entre os dois jovens) e a policia já tinha assinada a guia da soltura após o pagamento da multa exigida pela policia.

A inquietação chave da família e de peritos em assuntos sobre direitos humanos reside pelo facto da falta se segurança e respeito pela vida humana em Angola por parte dos agentes da ordem pública e a titulo de exemplo inclusive na esquadra da policia podes ser assassinado e sem a policia explicar. É nestes termos que a família de António Ângelo Maurício Bernardo, formulou a seguinte pergunta: Como foi possível ele ser torturado sem a polícia dar conta?

Transcrevemos na íntegra a NOTA de repudia da família enlutada:

No passado sábado dia 15 do corrente mês o Jovem António Ângelo Maurício Bernardo foi detido na esquadra da polícia da samba (bairro Inorade) por crime de agressões corporais simples (luta entre os dois jovens) e os dois estavam feridos mas o jovem Ângelo estava mais grave porque cortou a veia do pé esquerdo e foi queixar se na esquadra mas a outra família estava lá e ele não foi ouvido e foi directamente para a cela com a ferida ainda sangrar.

A família  ofendida (provenientes da Tanzânia) alega que além da agressão também desapareceu 120000 Akz (1200 Usd) mesmo sabendo que era mentira. No dia 16 (Domingo) as 7 horas nós (família de Ângelo ) fomos visita-lo e ele estava a ser transferido sem processo para a esquadra do Talatona (Divisão da Samba) onde a família ofendida tinha a influência mais forte.

No dia 17 (Segunda feira) António Ângelo  abriu se o processo e esperou ser ouvido, não foi ouvido neste dia mas a procuradora prometeu que na terça feira ele seria ouvido. Passou a noite , no dia seguinte dia 18 (terça feira) António Ângelo foi ouvido e a procuradora mandou pagar a calção de 30 mil kwanzas.

A família ofendida vendo que a procuradora ordenou que não devíamos pagar os 1200 dólares chegaram até à esquadra entraram ninguém sabe o que foram fazer e saíram .

No mesmo dia quando passaram-nos a guia fomos pagar no banco Bpc do Siac.  Voltamos para lá com tudo pago as infelizmente a procuradora saiu (15horas) mas regressou às 17 horas mas nem com isso assinou a soltura Segundo os polícias tínhamos que voltar de manha muito sedo do dia 19 . Quando eram 7 horas do dia 19 fomos a esquadra esperamos a procuradora ela chegou às 10 horas mas ouvimos que estavam a levar um corpo que foi encontrado numa das celas da mesma esquadra .

Quando eram 12 horas a escrivã da procuradoria da esquadra desceu com a soltura também inocente do que se passava. Fomos até as celas buscar o nosso irmão infelizmente disseram-nos que ele foi fazer um trabalho com os polícias então aguardamos. Passado 10 minutos a procuradora (Ana Ferreira ) chamou-nos  e fomos conduzidos até ao seu gabinete e ela perguntou se éramos os familiares de António Ângelo Maurício Bernardo respondemos que sim e ela esplicou-nos que na calada da noite 2 presos da mesma cela torturaram o nosso irmão até à morte...

Facto

Como foi possível ele ser torturado sem a polícia dar conta?

Segundo o porta voz da polícia nacional diz que amarraram-no pela boca depois começaram a tortura-lo. Na boca na tem vestígios nenhum de uso de força na boca Apenas foi batido na cabeça.

Segundo a autópsia diz que ele foi agredido com objectos contundentes. Queremos justiça por favor.