Saurimo – Acabo de ler no jornal de Angola (edição de 26 de Fev. 2014) que o Ministério da Administração do Território vai levar ao parlamento, para debate e provável aprovação, uma proposta de projecto de lei sobre as denominações das províncias, localidades e municípios do país que está a ser preparada .
 
Fonte: Club-k.net
Lê-se na notícia que Bornito de Sousa, o ministro, falava durante um encontro com jornalistas e esclareceu que o seu Ministério vai adoptar novas grafias para algumas províncias (as denominações/redacções que já foram impostas à media publica), tendo exemplificado a retirada da letra “k” e a introdução do “c”.
 
O Ministro informou ainda, cito o Jornal de Angola, que os topónimos para as comunas, municípios e localidades “têm como base a grafia em português, a língua oficial”.
 
Apenas duas perguntas:
- por que foi impingida à media a utilização de um documento que ainda não é lei?
- com que contribuições dos mais distintos círculos da sociedade angolana contaram os omniscientes do MAT para produzir tal documento?
 
Senhor Deputado, a grafia das cidades vai ao parlamento. A decisão está no seu voto.
Kumbi lyu tunga zemba lyu xika mwixi! (O dia de construir o palácio é o de assobiar!). Não se pode perder uma oportunidade singular.
 
Se você é um deputado defensor dos africanos de origem bantu que o elegeram, defensor das nossas origens, da grafia dos nossos nomes de acordo aos significados que encerram e a nossa identidade cultural, sei que vai votar CERTO.
 
Basta reflectir no seguinte: o nosso maior rio de Angola que dá nome à nossa moeda deve escrever-se com CU ou com KW? Seja o que for. É preciso investigar, idoneamente!

Espero que até à chegada da proposta ao legislativo, os representantes do povo consultem sociólogos, linguistas, antropólogos e historiadores, já que o povo não será ouvido de forma directa. Que os deputados da maioria não cumpram apenas a "disciplina Partidária”, votando a favor da proposta duma lei que não mereceu até agora um estudo exaustivo e desapaixonado.

Até lá, espero que consigamos influenciar os governantes e legisladores, discutindo e opinando de forma aberta e alargada. Vamos buscar consensos. Vamos buscar posições que não nos levem a mudar de leis quando um dia vierem outros homens a governar Angola. O Partido pode ser o mesmo. Os homens e as mentalidades, tenho certeza, serão diferentes.