Benguela - O comissário político (CP) pode ser entendido como um “propagandista” de ideologias político-partidária junto às forças militares, outras vezes próximo aos militantes e ao povo, tendo objectivo primacial o levantamento da Moral, ensinamento da doutrina e mobilização do pessoal para actividades. Possuía material de exaltação adequado para “publicidade politica”, máquinas de colaboradores e um perfil convincente que quando discursava até a alma mais insensível/perplexa na plateia redimia-se. Os resultados deste trabalho eram imensuráveis!

Fonte: Club-k.net

A figura do CP granjeou aceitação, reputação, poder e confiança, cultivava e embelezava as informações muitas vezes excedentes e exageradas de glórias e victorias “arrogantes”. Era capaz de galvanizar a tropa desesperada e humilhada para que cumprisse com zelo e honra as suas missões impossíveis. O recurso a mentira e hipérbole eram tão necessários para o êxito do sacrifício.


Apesar de todos os defeitos que se lhe atribui é inegável o seu valor. Dominava todo o conteúdo dos programas estratégicos, os estatutos, os documentos e acontecimentos, tornavam-no “sábio extraordinário”. Naquele tempo quando se organizavam encontros de massas, era prioritário que o CP conhecesse sucintamente os habitantes locais e passava informações credíveis a fim de o governante ou o falador político em serviço não defraudasse o povo. Era um laboratório sofisticado! O CP fazia tudo praticamente a custo zero, homem imaterial!


Nos dias de hoje as coisas transformaram-se radicalmente, os comissários políticos desapareceram ou mudaram-se os nomes mas sem a essência de outrora. Poucas vezes observamos propagandistas que exercem o seu labor a custo zero ou entregam-se ao oficio de corpo e alma. “Os comissários políticos” de hoje maioritariamente quer ser chefes, empresários, ter bom carro e casa, “ninguém grita à-toa”, não importa a sua área de profissão (se é professor ou jornalista…), formado ou analfabeto, “os comissários políticos” de hoje, não são nomeados, autonomeiam-se ou seja fazem a sua actividade político – partidário interruptamente, algumas vezes, sem perceber passam a mensagem do partido nas suas palavras e acções porém sempre ansiosos para novos voos mesmo que isto signifique sacrificar pessoas.


A escola da propaganda instruía de verdade, foi “boa” lavagem cerebral, cantavam-se o hino, conheciam-se as palavras de ordem, a ideologia… No entanto, mesmo o povo que não tinha acesso aos “manuais de instrução política” sabia-o bem pois possuía mais conhecimentos que “os militantes da era digital”.


Quase todos que querem ser “comissários políticos” vivem a caça do dinheiro e da riqueza. Pena é que os formados para o bem comum, o tal socialismo esqueceram-se, até os próprios comissários políticos do antigamente, e nós que estudamos no “ salva-se quem poder”?!.

“JÁ NÃO SE FAZEM COMISSÁRIOS POLÍTICOS COMO NO PASSADO”