Luanda - As informações da agência de notícias de Portugal, Lusa, sobre as afirmações do sociólogo e “professor catedrático” da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto (UAN), Paulo de Carvalho, durante uma conferência aos 11 Março 2014 no Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) de Lisboa, numa dissertação intitulada “Sistema democrático e direitos de cidadania em Angola”, onde o mesmo terá afirmado que “o facto de o activista dos direitos humanos, Rafael Marques, estar vivo é a prova de que Angola é uma democracia, suscitaram a revelação de pistas importantes sobre o rapto e assassinato de Isaías Cassule e Álves Kamulingue.

Fonte: facebook

Em meio ao debate sobre as afirmações do sociólogo e “professor catedrático”, Paulo de Carvalho, chamou-me atenção o artigo publicado pelo portal de notícias de Angola, Club-K, aos 13 Março 2014 sob o título: “Martins na Conferência de Paulo de Carvalho”.

O artigo focalize-se no antigo Ministro do Interior e ex-Director dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado Angolano (SINSE), Sebastião José Martins, noticiando dados importantes de que à 11 de Março, o mesmo esteve “na assistência” da conferência realizada no ISCSP em Lisboa, Portugal, cujo o preletor foi o sociólogo angolano, Paulo de Carvalho.

Conforme sabido, os raptos e assassinato de Isaías Cassule e Álves Kamulingue, acto atribuido sob acusação à agentes dos Serviços de Informação e Segurança de Estado, ocorreram no tempo do mandato de Sebastião Martins, na qualidade de Director do SINSE em 2012.

O artigo do portal Club-K noticiou que o sociólogo Paulo de Carvalho foi o consultor do Ministério do Interior e tivera respondido na conferência, revelando-se conhecedor de informações úteis sobre o caso de Cassule e Kamulingue.

“Não é o que dizem por aí… eles não foram atirados aos jacarés. Há muitas versões (sobre este assunto)”, disse Paulo de Carvalho, segundo o Club-K.

Que versão é essa do sociólogo, “professor catedrático” e ex-consultor do Ministério do Interior, Paulo Carvalho, que os Angolanos não sabem? Não é um caso em que a Procuradoria Geral da República (PGR) deve notificar o sociólogo Paulo de Carvalho para depor sobre o rapto e assassinato de Isaías Cassule e Álves Kamulingue?

Tendo vários elementos do SINSE sido detidos e o seu ex-Director, Sebastião Martins, suspenso, o que é que o sociólogo Paulo de Carvalho queria dizer com a afirmação de que “nós em algumas instituições temos que melhorar, mas não nos serviços de informações e segurança estamos muito bem”?

Sobre a sobrevivência do activista dos Direitos Humanos, Rafael Marques de Morais, o regime racista do Apartheid na África do Sul encarcerou o Nelson Mandela por longos 27 anos (coincidentemente Angola também teve 27 anos de guerra civil) e o facto de não o ter matado não implicou a inexistência do “racisto” e “ditadura” nas terras de Madiba naquela altura, diante de inúmeras violações de direitos humanos, principalmente em actos de intolerância política como as que diariamente nos confrontamos em Angola.

Há bajulação no MPLA… há bajulação nos partidos politicos da oposição e na sociedade civil, mas caros compatriotas, vivam à altura do título de intelectualidade que vos são atribuidos.