Joanesburgo – Faleceu nas primeiras horas do dia 20 de Março, na cidade de Pretória, África do Sul, o general angolano Pedro Benga Lima (na foto), popularmente conhecido, nas lides militares, por “Foguetão”. O malogrado encontrava-se a receber tratamento médico neste país há cerca de nove meses em consequência de um cancro.

Fonte: Club-k.net

De acordo com conhecimento, o general “Foguetão” esteve a recuperar do problema que o levou a África do Sul (redução do cancro) mas, por outro lado, começou a manifestar crises cardíacas, razão pela qual esta prevista, para próxima segunda-feira (24), uma autopsia a fim de se detalhar as causas reais da morte.

Durante a sua estadia em Pretória, ele recebeu visita entidades e correligionários, com destaque do presidente do Supremo Militar, o general António Santos “Patonio”, que foi seu subordinado no passado.  

Quem também o visitou no passado dia 16 de Março, é o deputado e vice-presidente da UNITA, Joaquim Ernesto Mulato, com quem tem graus de familiaridade.

Nascido, em Kindambe, município do Bembe, na província do Uíge, a 8 de Janeiro de 1948, o general Pedro Benga Lima “Foguetão” é considerado como uma figura cuja trajetória deixou marcas na história de Angola. Ingressou no MPLA em 1965, tendo frequentado vários cursos militares na Coreia do Norte, Rússia e Brazzaville.

Licenciado em economia pela Universidade Agostinho Neto, já exerceu as funções de Chefe do Estado-Maior na 4ª Região Militar (Huambo).  O general “Foguetão” foi igualmente comandante da região político militar que compreendia a província do Cunene, em 1981, quando forças do então regime do apartheid ocuparam esta parte do território nacional, ao sul de Angola.

Em consequência dos seus trabalhos durante a defesa contra a ocupação sul africana ele foi elevado a membro do Comité Central do MPLA e nomeado a chefe das operações das FAPLAS,

Em 1988, entrou em desgraça, no seguimento de um ataque da UNITA, a Maquela do Zombo, um dia depois de uma visita do Presidente José Eduardo dos Santos a província do Uíge.  O general “Foguetão”, na sua qualidade de chefe das operações das FAPLA, foi sancionado por não ter avisado que aquela área constituía uma zona de perigo.

Ele e o então comandante regional norte, Ciel da Conceição “Gato”, seriam afastados e através de uma Resolução n.º 4/88, a então Comissão Permanente da Assembleia do Povo, despromoveu-lhe a patente de Major-General à Coronel.

No inicio de 1989, Pedro Benga Lima «foguetão», seria entretanto reabilitado com a nomeação para o cargo de Comissário Provincial do Bengo, a então designação de “governador provincial”.

Até 2006, estava colocado como director geral da SIMPROTEX, uma empresa ligada ao fornecimento de  logística das Forças Armandas Angolanas e ao mesmo tempo estreiava-se nos negócios privados. É o proprietário de uma das maiores unidades hoteleiras do Uíge, o chamado “Grand Hotel.”

Em 2009, por ocasição dos festejos dos 92 anos da cidade do Uíge, assinalado a 1 de Julho, ele apresentou nesta província as suas memorias, intitulada “Percursos Espinhosos”.