Luanda - Quero aqui render a minha singela homenagem aos Comandantes BRAÇO ARMADO e FUQUETÃO. Vão-se os homens e ficam os feitos. Uma palavra de profundo reconhecimentos á todos aqueles que deram a sua vida na luta de libertação nacional.

Fonte: Club-k.net

Durante a semana que terminou, perdemos dois grandes ícones da luta de libertação nacional contra o jugo colonial português e da luta contra a invasão Sul- africana ao sul do país e contra a invasão Zaire  coligados com mercenários ao norte.

Dois homens destemidos que desde muito cedo, deixaram o conforto das sua pobre famílias, nas províncias do Uíge e Malange, para engrossarem as fileiras do EPLA depois das gloriosas FAPLA isto na década de sessenta e setenta/oitenta. Dois bravos camaradas que em vida respondiam pelos nomes de BRAÇO ARMADO e FUQUETÃO. Não gostaria de chama-los pelos seus nomes de baptismo, porque quero lembra-los sempre com os nomes com que os conheci.

Em 1965 quando entrei para o âmago do MPLA, já́ lá́ encontrei estes camaradas foram para mim como se de irmãos mais velhos se tratassem. Quando deixássemos de os ver durante algum período tempo é porque estavam em missões de combate, onde estes nunca faltavam devido a sua bravura e dedicação, eram destemidos enfrentavam qualquer tipo de inimigo que lhes aparecesse pela frente, fome, cansaço, chuva, para quem conhece a floresta do Maiombe sabe das grande montanhas ali existente, eles enfrentavam-nas com naturalidade, ferimentos ligeiros ou graves por bala ou por telhaço (partículas de metal causados pelo rebentamentos de minas granadas e outros engenhos explosivos) enfrentavam apoiavam os colegas e sobretudo e por ironia eram sempre os mais novos das respectivas comitivas.

BRAÇO ARMADO nasceu a 3 de Junho de 1933 na província de Malanje município de Marimba, onde frequentou os primeiros anos de escolaridade. Tendo depois migrado para a província do Bengo onde a eclosão dos acontecimentos de 1961 o surpreenderam e tendo a partir dai dado inicio a sua longa trajetória de combatente.

Lutou na 1a região onde pertenceu ao grupo comandado por Ferraz Bombo. Ao alcançar o ex Congo Belga Leopoldeville enquadrou-se nas fileiras do MPLA, onde foi transferido para Brazzaville dai para Matsende CIR (centro de instrução revolucionaria) onde foi treinado pelo camarada INGO.

Foi enquadrado nas varias colunas de guerrilheiros do MPLA que na vã tentativa de alcanças a 1a região político/militar, foram barbaramente atacadas e dizimadas pelos soldados da UPA. BRAÇO ARMADO foi um dos sobreviventes destas colunas.

Foi transferido para frente leste 3a região política/militar onde se destacou como guerrilheiro pela sua bravura e combatividade. Foi para a 4a região na Luanda com objectivo de atingir a 5a Bié́, onde foi gravemente ferido em combate e tendo caminhado quilómetros e quilómetros a pé́ com a barriga quase aberta e com os intestinos fora até atingir as zonas controlados pelos guerrilheiros e ai socorrido.

Esteve na ex URSS e na República Democrática Popular da Coreia do Norte onde fez treinos militar.

A quando da proclamação da independência de Angola a 11 de Novembro de 1975 BRAÇO ARMADO combatia destemidamente com seus homens os invasores do Exercito Zairense que entravam pela fronteira a norte da província do Moxico tendo rechaçado o inimigo até ao seu reduto. Só́ parou quando recebeu ordens expressas do Ministro da defesa nacional na altura O general IKO CARREIRA. Depois da conquista da totalidade do território nacional, BRAÇO ARMADO foi nomeado comandante das tropas angolanas na fronteira com a Namíbia na altura colónia Sul-africana, onde por varias vezes teve de se confrontar com o poderoso exercita deste pais (RSA).

A quando do 27 de Maio de 1977, onde vários jovens foram feitos injustamente prisioneiros acusados falsamente de serem apoiantes da intentona movida por Nito Alves e Zé Van-dunem. Muitos deste foram transferidos para um ex CIR no Moxico, ali o comandante deste centro, que seria de reabilitação. Ao em vez de tratar da dita reabilitação dos jovens, andou a matar confusamente os presos a seu belo prazer. Quando a direcção do MPLA tomou conhecimento desta hecatombe enviou para o local em vão varias comitivas para desalojar o homem. Até que alguém pensou no valente comandante BRAÇO ARMADO que chegou lá́ com seus homens desmantelaram a base e libertou todos os presos que ainda restavam.

Em 1980 foi nomeado comandante da Unidade Especial do Palácio do Povo unidade que dedicava a guarnecer os restos mortais do primeiro presidente da República Doutor António Agostinho Neto.

Hoje se foram estes dois grandes combatentes, que lutaram para que o povo tivesse uma vida melhor, que lutaram pela dignidade dos angolanos. Mas que nós não soubemos lhes dar o devido valor tanto estes que já́ se foram bem como para aqueles bravos combatentes que ainda estão em vida. Muitos vivem em condições precárias, para sobreviverem é preciso humilharem-se com peditórios. Enquanto

 

outros jovens Generais e oficias acumulam riqueza atrás de riquezas. A que se dar dignidade a estes bravos combatentes.

Muitos pensam que são gigantes. Enganam-se nos os antigos combatentes é que estamos de joelhos. Para que nós não nos levantemos, peço a estes que se ajoelhem também. Ou nos ajudem a levantarmo-nos.

Viva o MPLA

Comandante BRAÇO ARMADO Presente

Comandante FUQUETÃO Presente.

Dino CASSULO