Luanda - As aulas na centralidade de Cacuaco tiveram início na última semana, um mês e meio depois do arranque do ano lectivo. Os alunos terão de pagar uma propina mensal ainda não estipulada. A gestão das escolas foi entregue a Igreja Católica.

Fonte: NJ
As cerca de seis mil crianças matriculadas nas escolas da centralidade de Cacuaco já podem, finalmente, frequentar as aulas, depois de verem resolvido o impasse sobre a gestão das mesmas.

A Sonangol Imobiliária e Propriedade Lda (SONIP), empresa titular da centralidade, entregou as chaves das escolas à Igreja Católica, quando o Governo da Província de Luanda também reclamava pela sua titularidade.

O facto gerou polémica entre as partes, bem como no seio da comunidade que augura por um ensino gratuito, sendo que urbanização é um projecto do Executivo.

Na manhã de dia 17, o Cónego Apolónio Graciano, ladeado do director provincial da Educação, André Soma, descerrou e cortou a fita das duas instituições. Uma do ensino primário (da 1ª à 6ª classe) e outra do primeiro ciclo (da sétima à nona classe). A primeira escola possui 48 salas de aulas e a segunda 53, de acordo com André Soma.

O Cónego Apolónio Graciano agradeceu à SONIP por ter confiado a gestão das escolas à Igreja Católica. "Às pessoas de bem da Sonip, Deus tem um lugar nos vossos corações e guia o caminho das escolas atribuídas. Deus abençoe a todos e muito obrigado" disse o padre confirmando aos jornalistas a comparticipação monetária por parte dos estudantes.

"Como sabeis as nossas escolas são todas comparticipadas e isto não é problema nenhum. Estamos bem com o Governo e vamos continuar a trabalhar e ninguém nos vai limitar a isto", disse o pastor da Igreja Católica para quem, a educação dos filhos da centralidade demorou, mas chegou.

"Nesta centralidade, a educação para os nossos filhos demorou, mas já chegou com qualidade e rigor, como recomendam as regras das escolas católicas que visam a formação do homem íntegro. A igreja de Angola, mormente, a igreja de Caxito nesta circunscrição, onde nos encontramos, firma o seu compromisso na educação do homem novo", concluiu Cónego Apolónio Graciano, que não revelou o valor das propinas a ser cobrado, ao mesmo tempo, que evitava responder às perguntas dos jornalistas.

Crianças com sorte

Por sua vez, o director provincial da Educação, André Soma, descartou haver qualquer problema entre a instituição que dirige e a Igreja Católica, tendo dito apenas que se tratou de mudanças de pastas.

"Comunicamos que segunda-feira (dia 17) as aulas terão início aqui em Cacuaco. Estamos aqui hoje com a Igreja Católica e representantes do Governo para dizermos e comprovarmos a abertura oficial das duas escolas na centralidade de Cacuaco. Tudo está bem coordenado. Não há nenhum problema", afirmou o responsável da Educação em Luanda.

Questionado sobre os motivos que estiveram na base do atraso no arranque das aulas, André Soma limitou-se a responder que as crianças daquela centralidade têm sorte por terem perdido somente um mês de aulas.

"Olha estes até têm sorte. Ficaram só um mês. Temos escolas que vão começar só agora. Por exemplo, na Cabala e Viana", retorquiu o director André Soma.

Ao contrário do que se esperava, as aulas não começaram no primeiro dia, tal como foi anunciado. Vários foram os alunos que compareceram em massa para as "benditas" aulas. Porém, a falta de professores, carteiras e outros equipamentos, associado à desordem institucional impossibilitaram o processo.

André Soma garantiu, na ocasião, que estava aberto o ano lectivo e que as restantes condições estavam a ser criadas. "Já equipámos 16 salas de aulas das 48 no ensino primário e é com estas que vamos começar a trabalhar, enquanto o processo contínua", finalizou o interlocutor.