Luanda - Senhor Ministro, gostaríamos que olhasse para esta situação com objectividade e desse resposta cabal:

Fonte: Club-k.net

Os diplomatas angolanos acreditados na maioria dos países da União Europeia mostram-se insatisfeitos por causa do nível dos seus salários face ao custo de vida que se assiste na maioria destes países que actualmente se encontram em crise e como tal com níveis altos de inflação acumulada nos últimos anos, o que não permite a maioria dos diplomatas fazer face às suas necessidades reais.

 

Essa preocupação que tem sido sentida entre os corredores das chancelarias angolanas nestes países que se encontram expectantes a aguardar por um aumento salarial prometido aos embaixadores e adidos financeiros nos vários encontros de formação ocorridos em Luanda e promovido pela DAGO, Direção de Apoio à Gestão do Orçamento, afecto ao MIREX, em parceria com o Ministério das Finanças.

 

“Temos muitos colegas que fazer face às carências e dificuldades financeiras que os salários não cobrem têm de todos os meses mandar vir reforços das suas poupanças em Luanda, principalmente das rendas de casas porque o salário é baixo”, denunciaram.

 

Segundo alguns adidos fizeram-nos saber, o verniz estalou entre a maioria dos diplomatas acreditados na Europa em Junho último quando houve a publicação do decreto Presidencial 73/13 de 14 de Junho que previa um reajustamento dos vencimentos de base dos funcionários da carreira diplomática do MIREX, mas uma orientação da referida DAGO inviabilizou a sua aplicação a todos os diplomatas no exterior, principalmente na Europa, sob pretexto de que estes seriam abrangidos apenas em 2014.

 

Para além do descontentamento que paira entre os diplomatas que foram compulsivamente aposentados, existe igualmente um elevado índice de descontentamento em países como o Reino Unido, Espanha, Portugal, França e Suíça. Neste último país, dizem-nos que os diplomatas têm de atravessar a fronteira para a França ou Alemanha para fazerem as suas compras alimentares uma vez que os preços não se coadunam com o baixo nível dos salários.

 

“Os diplomatas em Portugal, Espanha, Itália, França, Suíça, Bélgica e Reino Unido encontram-se a viver com muitas dificuldades e limitações, o que é indigno para um diplomata. Olha que falamos apenas dos salários porque se olharmos para outras regalias, a situação é chocante, salvo o caso dos Embaixadores, os adidos militares e os representantes da segurança que têm outra condição”.

 

“Foi-nos dito, informalmente que os salários dos diplomatas no exterior poderá ser revisto em breve, mas o que é facto é que estas promessas remontam de há largos anos, até que recentemente alguns criaram expedientes administrativos para conseguir isso isoladamente. E embora o Sr. Ministro Chicoty tivesse aceite inicialmente, acabou por recuar, o que feriu largamente alguns direitos dos trabalhadores e do próprio procedimento administrativo”, denuncia um adido financeiro, com vários anos de casa no MIREX, mas que se encontra, a contragosto actualmente num país europeu.

 

O que mais gera insatisfação é também o facto dos salários atenderem continentes ao invés da realidade dos países em concreto. “Como é possível que alguém que esteja na China, ganhe mais que um diplomata em Roma, Berna, Berlim, Genebra, Paris ou Londres que são cidades extremamente caras?”, nos interrogamos admitindo que estes critérios precisam ser revistos para não falarmos das nossas promoções que acontecem em função das graças e sobrenome de alguns.

 

Gostaríamos que o senhor ministro revisse esta situação. Muitos não lhe falam quando passa pelas nossas Embaixadas, mas corremos o risco de alguns colegas serem vistos como caloteiros por causa das dificuldades que esses salários criam. É revoltante!