Lisboa – Ganhou consistência, esta semana, as criticas  da UNITA que frequentemente  acusam o Presidente José Eduardo dos Santos, de “partidarizar o Estado” e/ou de misturar assuntos de Estado com o do seu partido, o MPLA.

Fonte: Club-k.net

Palácio presidencial usado para reunião partidária

De acordo com reparos, JES terá se “descuidado”, estes dias, protagonizando um episódio que poderá dar azo aos seus opositores políticos que acusam sobre a temática em referência. 

Isto é, José Eduardo dos Santos nas vestes de Presidente da República, recebeu no palácio presidencial, nesta quarta feira (14), o Secretário Geral do Partido congolês do trabalho – PCP, Pierre Ngolo  que está em Luanda desde terça-feira,  para tratar de assuntos ligados a cooperação entre o seu partido e o MPLA.

O secretário-geral do MPLA, Dino Matrosse,  que assistiu a audiência no palácio presidencial qualificou de "cordiais e fraternais" as relações de amizade e cooperação com o PCT.  Mais tarde,  os dois SG, assinaram  na sede do MPLA,  um acordo de fortalecimento de amizade entre ambos partidos.

Criticas a JES

A critica que se faz a JES é de que nas vestes de Presidente da República não deveria usar o palácio presidencial que é um órgão de soberania,  para audiências relacionadas as amizades externas do MPLA.  Segundo sugestões, o Estadista angolano  deveria ter recebido o dirigente do Partido congolês do trabalho – PCP na sede do seu partido, o  MPLA, nas vestes de líder partidário tendo em conta que o assunto tratado, foi de pendor político partidário conforme certificou-se nas declarações de Pierre Ngolo.

"Recebemos orientações sábias do Chefe de Estado Angolano que manifestou o desejo do reforço das relações de cooperação entre o MPLA e o PCT, com vista a propiciar um bom avanço entre os nossos países", referiu o dirigente congolês, citado pela RNA.

Apesar das criticas constantes da oposição, o Presidente já não era visto desde algum tempo a cometer “descuido” desta natureza.  Uma das ultimas vezes, foi em Agosto de 2012, quando soldados da sua guarda presidencial apareceram com ele num comício da campanha eleitoral,  trajados com as cores da bandeira do MPLA, o que representou violação das leis militares quanto ao apartidarismo do exercito.

Tais praticas de “partidarização do Estado”, eram mais visíveis no passado em que reuniões do partido eram realizadas no Futungo de Belas, onde na altura havia mesmo um “Comité do partido”, então dirigido por Rui Ferreira, ex- assessor jurídico do PR, e  actual Presidente do Tribunal Constitucional.  Com o decorrer do tempo, as reuniões partidárias passaram mesmo a realizar-se na sede do MPLA, e não no futungo de Belas. 

“Fica claro que Angola mantém o regime de Partido único”, diz BD

Em  reação ao Bloco Democrático, na voz do seu SG Filomeno Vieira Lopes,  considera que “assuntos de estado como a Cooperação não devem, em sede do Estado, ser abordado por uma entidade partidária”

Para o BD, o Presidente do MPLA “está tão a vontade para fazer o que quer que o mostra de forma arrogante a todo o mundo que "não está nem aí" com preocupações mesmo formais da democracia.”

“Ninguém o censurou quando ha 10 anos ajudou a depôr no Congo um Governo eleito e fez engolir os rasgados elogios ocidentais à sua liderança. Fica claro que Angola mantém o regime de Partido único, em ambiente formal multipartidário”, concluiu o dirigente político.