Luanda – A Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) fez deslocar, recentemente, os seus técnicos a fim de constatar “in loco” como são atendidas as pessoas que recorrem às instalações do centro médico da Endiama (afecto a Clínica com o mesmo nome), localizada no bairro Talatona, município de Belas, em Luanda, após ter acusado uma denúncia de um dos seus associados sobre o mau-atendimento aos pacientes.

Fonte: Club-k.net
Hospital.JPG - 27.39 KB“A AADIC tem recebido inúmeras reclamações e denúncias sobre a péssima prestação de serviço das unidades hospitalares,  no que concerne na demora excessiva, na espera de atendimento médico e perca das análises médicas”, lê-se na nota.

Segundo uma nota daquela associação, no terreno, os técnicos da AADIC não gostaram do que viram e ouviram.  “Podemos afirmar que foi uma transversalidade ao respeito da vida humana e dos pacientes/consumidores em geral”, descreveu.

A AADIC recorda que “a vida é um direito pessoal consagrado na declaração universal dos Direitos Humanos onde Angola se revê, com protecção Constitucional no artigo 30º. É inaceitável ver profissionais de saúde que juram em zelar e respeitar o bem mais valioso a vida  deixarem de o cumprirem, desrespeitando assim as normas morais e jurídicas”.

Razão pela qual, considerou está acção “maléfica” como um descaso total por parte do corpo trabalhista, começando desde já a partir da recepção. “Houve caso de pacientes que ficaram mais de quatro horas sem serem atendidos”, assegurou a nota, lamentando a ausência dos responsáveis máximos daquela instituição no local.

“Se o consumidor já desmarca de outras instituições hospitalares, indo para aonde esta patente um acordo de atendimento personalizado, porquê estes abusos, descasos, etc... por parte dos fornecedor?”, questiona o documento.

“Este contrato assume repercussão na Lei de Defesa do Consumidor que remete, portanto, para a natureza de um contrato de prestação de serviços, tal qual é configurado pelo artigo 1154º do Código Civil que diz: aquele em que uma das partes se obriga a proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou sem retribuição.", elucidou a fonte.

Nesta senda, a AADIC recomenda que “é necessário estes especialistas deixarem de pensar que estão a fazer um favor aos doentes e mentalizarem-se que num outro lugar qualquer, possa estar uma pessoa querida; como filho, esposo(a), mãe, pai, amigo querido, irmão(a) que esteja a ter o mesmo tratamento desumano noutra unidade hospitalar”.