Benguela - As redes sociais (RS) são indiscutivelmente uma mais-valia nas relações pessoais e institucionais, permitem aproximação/informação/formação e trocas de interesses/vontades de forma mais veloz e sem “bloqueios”.

Fonte: Club-k.net

No contexto angolano melhor ainda, as suas vantagens são incontáveis devido a “censura e auto censura” que vivem a generalidade das redacções da imprensa local, sendo que em muitas ocasiões noticiam ou informam o “desnecessário e inoportuno”. E, o próprio profissional da comunicação vive à deriva da actualidade factual verdadeira e vai pescando vazios no mar/oceano a fim de mostrar trabalho. Coziam-lhe o seu labor à medida! Há vozes/rostos/nomes proibidos de serem entrevistados.

As limitações de informar e formar com os meios tradicionais são claramente notáveis nos conteúdos que forçosamente nos “iludem” de hora à hora. Reparem e façam uma análise rápida das notícias, reportagens … que nos fazem ver/assistir ou ouvir/escutar. É profissional? Ou é mesmo assim a arte de informar?“Informam o que querem e não o que deviam”.

O aparecimento das RS supostamente sem controlo “estatal”, vieram preencher o descalabro de comunicar e enaltecer o exercício natural de se exprimir livremente através de palavras ou imagens, que constituem um valor acrescido à cidadania.

Estas vantagens claras arrastam também algumas graveis e imperdoáveis consequências, verificadas todos os dias nas RS, os constantes abusos e ofensas a dignidade da pessoa humana cometidas até por alguns “idosos” que não são das décadas de 80 ou 90 muito menos da reforma educativa e que por terem seguidores e um arsenal de comentaristas descarregam as suas “frustrações” ou desaforos íntimos usando obscenidade intelectual e termos de “rua e dos copos”.

Enquanto a nova geração vive eufórica para a modernidade democrática por ser impedida nos espaços oficiais de opinião, no trabalho ou na escola, usa a rede para denigrir e como o meio legítimo para se expressar sem impedimentos e tabus. "Os palavrões" são alicerces para qualquer discussão.

A rede já despoletou processos judiciais, disciplinares, denuncias … que as instituições afins cumpriram verdadeiramente o seu papel mas outras foram/são ignoradas por razões desconhecidas.

A libertinagem que paira nas RS independentemente da idade dos seus fazedores que apesar de algumas boas excepções, verificam-se inequivocamente ausência de valores como respeito ao próximo e a lei, solidariedade, moralidade, humildade, educação … O vício de fugir a discussão do facto quiçá por falta de argumentos, apenas refugiam-se aos ataques pessoais para agradarem os seus adeptos. É possível discordar sem ofender.  

A tal democracia que se apregoa todos os dias e é criticada em todos cantos os excessos das autoridades é também vítima sistemática de atropelamento nas RS. É o entendimento da frase adaptada “ faça o que digo e publico e o que faço”, pois bons exemplos de cidadania procuram-se.

As RS apesar dos pesares são pilares para informar/formar, desde que sejam valorizadas até pelo poder politico como instrumento de comunicação institucional e político. (O que o presidente português Cavaco Silva e outros publicam nas RS é motivo de discussão e aprofundamento, são bons exemplos que os governantes e políticos sérios não deviam ignorar em plena era digital. Cá temos timidamente alguns nomes nas RS).

As RS são também uma escola de PAZ, RECONCILIAÇÃO NACIONAL E DO APRENDIZADO INTELECTUAL.