Luanda1 - Catolotolo, a doença teimosa, que se transformou em música. O chikungunya uma doença rara que atravessou décadas, desde épocas passadas, hoje ouve – se o espreitar desta enfermidade, sob faixa da nossa Luanda, surpreendendo o silêncio e a felicidade que dominam as nossas vilas.

 Fonte: Club-k.net

Baptizada pela boca do vulgo com o nome de catolotolo, hoje esta doença contaminou a saúde de muitos nosbarros de Luanda, pelo seu surto surpreendente, catolotolo tornou – se música, cantada e encantada por cuduristas de grande celebridade no mercado angolano.

 2 - Origem da doença

Uma doença antiga que conhece sua génese desde tempos remotos, porém hoje, encontra – se ao nosso alcance, desgastando a saúde do Angolano com uma expansão ainda baixa, em virtude de ser recente por Luanda fora. Não obstante, para que tal doença não corra sobre a saúde do povo contaminando a felicidade alheia, urge a necessidade de impedirmos por meio da prevenção a propagação desta enfermidade.

Esta doença tem como génese um vírus Alfa, Chikungunya, também conhecido como galinha de Guiné, é uma infecção viral, um arbovírus cujo nome científico é chikungunya, em que o artrópode do género AEDES é o veículo da enfermidade, o mesmo mosquito que causa no homem a malária.

A terminologia Chikungunya, cuja tradução expressa – se por "aqueles que se dobram", tem origem no um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença, em 1953, e refere-se à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, característica desta enfermidade, cujo carácter leva ao indivíduo numa confusão cognitiva com demais patologias similares como a malária, e a dengue.

O Aedes albopictus, à parte a sua predilecção pelo ambiente silvestre, também é considerado vector da doença. Embora a transmissão directa entre humanos não esteja demonstrada, há de se considerar a possibilidade da transmissão materna – fetal. A transmissão por hemotransfusão é possível.

3 - O catolotolo e a sociedade luandense.

O chikungunya, tem vindo a instaurar pânico, no âmago da nossa sociedade luandense, onde o seu quadro sintomático é confundido pela malária, no entanto, a nossa população tem sido vítima desta confusão, em que os familiares pouco atentos, auto – medicam seus doentes, tendo como base medicina tradicional caseira, e escusam – se de levar ao hospital seus familiares, tratando seus doentes com petróleo, alho, cura – tudo e outras substâncias nocivas, aplicando sobre articulações onde a dor é um fenómeno evidente, e muitas das vezes redondamente, os doentes não têm apenas chikungunya, mas sim, uma associação da malária e chikungunya, ou por outraapenas malária.

Sendo vítima de um tratamento empírico e curioso que lhes coloca num destino cego, o que suscita, é o encher de hospitais com doentes anémicos (diminuição severa da hemoglobina), devida a hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos) decorrente da malária que é confundida por catolotolo.

Esta atitude de muitos, tem sido muito penosa, levando seus doentes aos hospitais apenas em momentos em que estes estão severamente graves, carregados aos hospitais num momento duvidoso, quanto ao seu destino, em que a sorte negra já consumiu toda esperança possível, o doente é obrigado a receber uma alta celestial, enviado pelo rancor das bactérias à terra do exílio e do silêncio.

Alertamos a população, a levar os seus familiares sempre que estes apresentarem febre alta, mau estar geral, dores do corpo todo, nas articulações, dores de cabeça, pensar que afisioterapia caseira resolve o problema do doente, pode ser uma ilusão franca, pois que catolotolo, confunde – se com malária.

 4 - Sinais e sintomas da doença.

Os sintomas da Febre Chikungunya são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os sintomas iniciais são febre acima de 39º, de início repentino, dores intensas nas articulações de pés e mãos,dedos, tornozelos, dores de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele, calafrios, prurido, fadiga, náuseas, vómitos.

O diagnóstico diferencial com a Febre Hemorrágica da Dengue é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico. É interessante ressaltar que, diferentemente da Dengue por exemplo, doença viral transmitida pelos mesmos vectores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crónica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano.

Chikungunya é um vírus mortal, que se espalhou por meio de mosquitos, e quando vitima um indivíduo instala nas suas articulações um processo inflamatório e dolorosa ao tacto. Os sintomas geralmente duram de 3 a 14 dias. Complicações mais letais, observam – se em crianças, mulheres grávidas, e imunodeprimidos.  

4 - Tratamento médico. 

O único tratamento reconhecido é o tratamento hospitalar, no entanto com hidratação, analgesia e anti – inflamatórios, não está documentado cientificamente se a cloroquina, o aciclovir, o interferon, os corticoesteroides são eficazes sobre a estirpe de vírus alfa.

5 - Medidas preventivas. 

5.1 – Medidas gerais:

No entanto o saneamento básico deve ser uma frase imperativa em todos os lares, com vista a precaver o crescimento imediato da doença, a remoção do lixo, o combate as águas paradas, a retirada de lixo ao redor das casas, e das ruas, limpeza escrupulosa dos lares, com vista a impedir que haja crescimento de mosquito, o uso de mosquiteiro, a colocação de redes sobre as janelas, o agasalho com roupas que encobrem o corpo todo, das crianças pela tarde, momento em que o mosquito deambula ruas fazendo suas vítimas, devem estar vinculados no quadro da prevenção. Veda a sua cama com um mosquiteiroimpregnado. Não usar o xeltox activo, pois que este pode ser letal para a saúde do usuário.

Pacientes infectados pelo vírus de CHIK podem ser reservatórios de infecção para os outros na mesma casa e na comunidade. Portanto, as medidas de saúde pública para minimizar a exposição ao mosquito se tornam imperativas para evitar que o surto se espalhe.

5.2 – Medidas específicas: 

Minimizar a população de vectores

- Intensificaros esforços para reduzir os habitats das larvas nas casas em seus arredores, retirar a água parada de todos os itens espalhados nas casas e nas áreas peri - domésticas.

Minimizar o contacto de vector - paciente

- Ter o paciente e as crianças a repousar sob mosquiteiros, de preferência impregnados de permetrina.

- Fazer com que o paciente, bem como outros membros da família, usem camisolas com mangas compridas para cobrir as extremidades.

- Fios de malha ou redes nas portas e janelas são recomendados.

-  Notificar os casos e comunicar as autoridades sanitárias.