Lisboa – Já lá se vão cerca de nove meses desde que a direcção da empresa “Real Gráfica SA" decidiu encerrar, bruscamente, as portas do jornal “Angolense”, sob o pretexto de reabilitar (e apetrechar) as suas instalações, localizada na rua Cônego Manuel das Neves, no bairro Patrice Lumumba, em Luanda. Hoje, a par os leitores e assinantes deste polémico semanário, há quem procura saber se o mesmo caiu no esquecimento.

Fonte: Club-k.net
riquinho mpla.jpg - 20.82 KBO Club-K sabe que inicialmente – aquando do anuncio da suspensão –, a nova direcção do jornal garantiu (em Novembro do ano transacto) aos seus funcionários (dentre eles jornalistas, segurança, empregas de limpezas, motoristas etc.) que as obras de reabilitação das suas instalações durariam apenas dois meses, e que o jornal voltava a circular às ruas no mês de Janeiro do corrente. Mas de lá para cá, nem água vem, nem água vai.

Recentemente, este portal noticioso esteve no local e constatou que a reabilitação das referidas instalações já tivera sido concluída, e que todas as áreas (redacção, paginação, administrativas, etc.) foram, igualmente, apetrechadas com novas secretarias e computadores, faltando apenas os funcionários.

O silêncio da direcção da empresa detentora do jornal começou a inquietar os leitores assíduos (e assinantes) deste jornal que procuram, desesperadamente, em saber se ainda há algo mais por detrás da paralisação. Por sua vez, os funcionários – que há três meses não recebem salários – almejam piamente saber para quando a reabertura do seu local de trabalho.

De realçar que o jornal "Angolense", era propriedade Angolense Editora SARL, foi comprado pela "Real Gráfica, SA" no início do ano passado. A venda deste jornal foi feito à margem dos trabalhadores e de Américo Gonçalves, um dos sócios.

A informação da venda do "Angolense", na altura, dei sustentabilidade a um artigo publicado pelo jornal "Folha 8", segundo a qual este jornal tinha sido vendido ao que a direcção daquele órgão refutou, na altura, a notícia e ameaçou levar o "Folha 8" a tribunal.

A par do Folha-8, o jornal Angolense era um dos únicos órgãos independentes da imprensa livre em Angola, pois os demais "Semanário Angolense", "A Capital", "Novo Jornal", "Agora" e "O País" e outros são detidos por grandes grupos ligados ao poder político e financeiro de Angola.