Paris -  O general Bento dos Santos Kangamba foi ilibado por falta de provas, no processo movido pela justiça brasileira, em que era alegadamente acusado de financiar uma rede de prostituição do Brasil para Angola, frica do Sul, Portugal e Áustria..

Fonte: Radio France

O general de três estrelas e membro do Comité Central do MPLA (partido no poder), foi ilibado no passado dia 16 de Junho, de todas as acusações que sobre ele pesavam no processo desencadeado pela "operação garina", que culminou na detenção de cinco cidadãos brasileiros e na emissão pela Interpol de mandados de captura internacional contra Bento Kanganba, assessoriamente sobrinho por afinidade do presidente José Eduardo dos Santos, bem como do seu alegado braço-direito : o também cidadão angolano Fernado Vasco Inácio Republicano.

Segundo a polícia brasileira, Bento Kangamba, de 48 anos, era acusado de ser o principal financiador de uma rede de prostituição a partir do Brasil, que em dez anos movimentou cerca de 45 milhões de dólares.

Para o seu advogado de defesa Paulo José Iazs de Morais, ficou demonstrado que as "acusações eram ilegais e os indícios não confirmados", pelo que o processo contra os dois angolanos foi encerrado e anulados os respectivos mandados de captura.

A presença no Brasil de José Eduardo dos Santos, no momento em que a justiça tomou esta decisão, foi "absolutamente coincidência...e não há quelquer relação ou interferência do Presidente desse país nesse caso", afirma Paulo de Morais.

Em entrevista recente a Lusa, o advogado  Paulo Iasz de Morais, afirmou   que seu cliente não financiou o tráfico de mulheres, e que contratou brasileiras para eventos, não para prostituição. 

"Ele ["Kangamba"] contratou diversos artistas do Brasil, mulheres e homens, que fizeram eventos e shows no seu clube de futebol, o Kabuscorp", disse à Lusa, Iasz de Morais. O advogado realçou que os artistas brasileiros são "comuns" em Angola.

O advogado de "Kangamba" afirmou que ele recebeu a notícia sobre o processo com "surpresa e indignação" e que os factos apresentados pela polícia foram "distorcidos da realidade".

Iasz acrescentou que Bento dos Santos trabalhava com empresas que intermediavam a viagem de artistas, e que "jamais imaginava ter qualquer tipo de problema".

 INTERPOL exclui Bento Kangamba da lista de pessoas procuradas

Os escritórios da Interpol em Angola confirmaram a notificação feita pela Polícia Federal do Brasil sobre a anulação do mandado de captura do empresário Bento Kangamba.

 

A ordem, segundo a Angop, veio da justiça brasileira para a Polícia desse país, que por sua vez notificou as suas congéneres pelos 199 países signatários do Pacto da Interpol e a própria central, que já fez despoletar o processo de retirada do nome do empresário angolano da lista de pessoas procuradas.

 

Fontes dos escritórios da Interpol em Angola confirmaram a recepção da informação por parte da Polícia Federal do Brasil sobre a notificação da justiça brasileira, que anula os efeitos do mandato de captura contra Bento Kangamba.