Luanda – A criminalidade continua a tirar fôlego aos luandenses. Uma cidadã de nome Ruth Cassule foi morta à pancada e, posteriormente, queimada pelo seu parceiro (Dorivaldo Manuel David, de 26 anos de idade), com quem partilhava a cama há mais de cinco anos. O facto ocorreu na manhã desta segunda-feira, 07, no bairro Vila Flôr, no distrito de Kilamba Kiaxi, município de Belas. (Imagem do casal)



Fonte: Club-k.net

O cadáver foi abandonado na área 5 da morgue central


Ruth Cassule e marido.jpg - 34.40 KBO mais caricato é que logo depois de cometer este crime hediondo, o homicida desapareceu (assim do nada) sem deixar qualquer rasto. A família da malograda crê que este esteja ser escondido a “sete chaves” pelos seus familiares.   

Ângela da Silva – irmã da malograda que deixa um filho de apenas três anos de idade – contou ao Club-K que a autopsia feita nesta terça-feira, 08, por uma médica legista da Morgue Central do hospital Josina Machel, vulgo “Maria Pia”, revela que antes de ser incinerada, a “Caró”, como também era conhecida, fora brutalmente espancada até a morte. “O boletim da autopsia diz que a nossa irmã se encontrava morta antes de ser queimada”, revelou.

Segundo a fonte deste portal, depois de atear fogo ao cadáver da esposa, Dorivaldo David, vulgarmente conhecido por “Dé”, saiu à rua pedindo socorro. “Os vizinhos contam que, antes do incêndio, o Dé estava a espancar a Caró. E como a briga entre eles era frequente, não puderam fazer nada. Passados alguns minutos viram o Dé na rua a pedir socorro porque a sua casa estava queimar. E quando nós chegamos no local constatamos que o único lugar da casa (de dois quartos, sala e cozinha) que o fogo destruiu foi no quarto onde se encontrava o corpo”, explicou.



Mistério do cadáver

Supõem-se que logo após ter cometido o crime, o marido “homicida” terá ligado aos seus familiares para informar sobre o sucedido. Estes, ao chegarem no local, comunicaram as autoridades a fim de remover o cadáver, sem antes comunicar a família de Ruth Cassule. “Quando chegamos no local onde ela foi morta, encontramos os efectivos do corpo dos bombeiros e o pai do homicida (de nome David). Não vimos o corpo, nem a polícia”, garantiu Ângela da Silva.



Ao perguntarem sobre o paradeiro dos restos mortais da Caró, estes [os efectivos do corpo dos bombeiros] não sabiam dizer quem os removeu. “Eles nos esclareceram que quando chegaram no local do incêndio não encontraram a polícia. Mas depois de apagarem o fogo, foram à busca dos efectivos da DPIC para remover o cadáver, e quando regressaram já não o encontraram, e nem sabiam dizer quem o removeu, nem em que morgue fora levada”, adiantou.



Ao retirarem-se do palco do crime, a progenitora da vítima, Amélia João, juntamente com os outros parentes, se dirigiu à esquadra policial do “Projecto Nandó” a fim de saber se foram estes que removeram o cadáver. Mas posta lá, foi informada que este [a polícia] não dominava caso e nem sabiam sobre o cadáver.



Supreendida, Amélia João manifestou a intenção de apresentar uma queixa contra o genro "homicida prófugo", mas os efectivos desta esquadra recusaram registar a ocorrência, sem primeiro saber sobre o paradeiro dos restos mortais da vítima, extraídos no local da ocorrência, sabe-se lá por quem.



“Quando fomos a esquadra do Projecto Nandó, os agentes que se encontravam de piquete disseram que não sabiam do facto e nem podia registar a queixa sem saber quem removeu o corpo da malograda no local do crime”, contou.



Esta acção levantou suspeitos aos familiares da jovem Ruth Cassule que, mais tarde, souberam através dos vizinhos que foram os investigadores da Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) que o fizeram sob a ordem do progenitor do homicida, de nome David.



“E nós procuramos saber se estes investigadores eram de que esquadra e ninguém sabia. Daí fomos até a morgue central do hospital Josina Machel para saber se havia chegado um cadáver carbonizado e os funcionários responderam que sim. E o mais agravante é que encontramos o cadáver na área 5 (dos perdidos e achados). E perguntamos quem lá levou disseram-nos que foi um senhor com as características do senhor David”, ressaltou, acrescentando “mais tarde fomos pedir explicações a este senhor. Ele disse-nos simplesmente que vai se responsabilizar de tudo e o funeral se realizará em sua residência. E recusa falar sobre o paradeiro do seu filho homicida”.



Ângela da Silva diz que a sua família só exige que seja feita a justiça e, que o autor deste crime hediondo seja responsabilizado civil e criminalmente junto dos órgãos competentes. “Nós já perdemos a nossa irmã, agora só queremos que as autoridades façam o seu trabalho. O Dé deve ser responsabilizado pelo seu crime”, rematou.