Zaire – O vice-presidente para Assuntos Eleitorais e Institucionais da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) trabalhou neste final de semana na histórica província de Zaire. Durante a sua estadia de três dias (de 18 à 20/07), Alexandre Sebastião André realizou inúmeras visitas de constatações aos municípios do Nzeto, Tomboco, Mbanza Kongo e Kuimba, com o fito de inteirar-se sobre a dinâmica e a expansão da sua formação política.  

Fonte: Club-k.net
Alexandre Sebas Andre.jpg - 89.38 KBNo município do Nzeto, o dirigente da CASA-CE (que se fez acompanhar de um membro do Conselho Deliberativo, Xavier Jaime) foi lisonjeadamente recebido pelo secretário provincial do Zaire, Fernando Gomes João. Minutos depois, este reuniu com o secretário municipal, Badi Paulo, e com a responsável da Mulher Patriótica.

No encontro que durou quase uma hora, Alexandre Sebastião André foi informado sobre algumas ocorrências de “intolerâncias políticas” protagonizadas pelos militantes no partido no poder contra os responsáveis da CASA-CE. “E constatamos igualmente a saída compulsiva dos nossos responsáveis locais para outras residências”, disse o político.

No Tomboco, descrito como um dos bastiões da CASA-CE no Zaire, o também deputado reuniu (como manda a tradição local) debaixo de uma arvore (mangueira) gigantesca com dezenas de militantes da sua coligação. Durante o “meeting”, que durou quase o mesmo tempo que o primeiro, o responsável viu, ouviu e deixou algumas recomendações.  

“No Tomboco encontramos uma razoabilidade, mas requere-se um maior dinamismo e uma outra confrontação da realidade local tendo em conta a necessária primazia para a expansão da nossa coligação neste sector”, ressaltou a fonte quando falava à imprensa.

“Nós constatamos que nestes dois municípios os nossos companheiros são espécies de heróis. Estão a desbravar a implementação da democracia local. Apelamos a estes companheiros a se redobrarem e não temerem nada que obstrua os princípios e direitos que são inerentes ao cidadão angolano”, advertiu o dirigente.

Já na histórica cidade do Mbanza Kongo, antes de reunir com os membros da direcção provincial, Alexandre Sebastião André realizou (no sábado, 19/07) duas visitas de cortesia às autoridades religiosas locais. A primeira ocorreu por volta das 09 horas, na Diocese de Mbanza Kongo, com o bispo D. Vicente Carlos Kiaziku, e a segunda na sede da Igreja Kimbanguista (localizada num dos musseques enrubescido) com o pastor Diasilua Nicolau Mendes.

Após as visitas, o vice-presidente da coligação liderado por Abel Chivukuvuku reuniu às portas fechadas (durante cinco horas) com um total de 34 membros, na sede do secretariado provincial da CASA-CE. No decorrer do encontro foram abordadas questões inerentes a coligação, a província e ao país.

“Relativamente a CASA-CE, a direcção constatou a necessidade de reforçar a nossa actuação aqui na província. Esta é uma província berço, protectora da nossa identidade cultural e da sabedoria africana e por esta razão está província, do ponto de vista cultural, é especial. E que os nossos companheiros aqui têm uma responsabilidade acrescida”, disse o político, recomendando a referida direcção a reforçar a sua reestruturação.

O dirigente disse que, da constatação feita a nível da província, notou que as autoridades governamentais locais têm uma grande debilitação em atender a demanda. “Estas não têm iniciativas para resolver os problemas sociais que enfermam as populações aqui na província”, sublinhou.  

“É muito decorrente vários estudantes a deslocarem-se do nosso país para a República Democrática do Congo pelo facto de não contemplação do ensino em língua kikongo para facilitar aqueles que não têm ainda o português como uma língua materna”, exemplificou o deputado da CASA-CE.

Por este motivo, salientou, impõe-se as autoridades locais, em culminação dos nacionais, no sentido de levar em conta a implementação das línguas regionais no ensino para se puder dar maior qualidade de educação, especialmente aqueles que se encontram nas zonas fronteiriças.

De acordo com o mesmo, tendo em conta a complexidade da província do Zaire, a CASA-CE depois das constatações entendeu fazer uma bifurcação a nível da província. “Portanto, teremos um eixo que vai abranger os municípios do Soyo, Nzeto e Tomboco e a outro que vai estar com Mbanza Kongo, Kuimba e Noqui”, revelou, justificando que “esta dinâmica é justamente para que a CASA-CE se reafirme aqui na província e consiga materializar com maior excelência as tarefas que são imanadas a nível central e aquelas que casuisticamente vocês engendram”.

Após a reunião de acertos e desacertos, o vice-presidente da CASA-CE deslocou-se rapidamente a comuna do Luvo (uma zona fronteiriça entre Angola e RDC). No local manteve encontros com as autoridades dos dois países.

Por último, no domingo (20), o responsável, em companhia dos membros do secretariado provincial da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), visitou o local onde repousa os restos mortais do "Pai do Nacionalismo angolano", Holden Roberto. Defronte a campa do histórico líder fundador da FNLA, Alexandre Sebastião André curvou-se silenciosamente (durante uns minutos) depositando uma coroa de flores.

Horas depois, a sua caravana seguiu para o município do Kuimba, que dista a 65 quilómetro da cidade de Mbanza Kongo. Nesta última paragens o deputado reuniu com centenas de militantes da CASA-CE, depois uma passeata (pelas ruas esburacadas) cortejada pela polícia nacional.

Restauração da direcção suspensa

A deslocação do vice-presidente para Assuntos Eleitorais e Institucionais da CASA-CE a Zaire deveu-se igualmente para a restauração da direcção – dirigida por Fernando Gomes João – suspensa há quase três meses, pelo Conselho de Jurisdição daquela coligação, por motivos ainda por se apurrar.

O Circular n.º 006/07/014, de 08 de Julho de 014, rubricado por Abel Chivukuvuku, orientava dois dirigentes da CASA-CE, Alexandre André e Xavier Jaime, a seguirem a província do Zaire com a missão de procederem a normalização institucional. A decisão fora tomada pelo Conselho Presidencial após ter deliberado a favor da “re-assumição de funções” da equipa suspensa.

“Esta restauração tem a ver com a própria direcção. Havia alguma desinteligência e para que não fosse ao fundo, a comissão que nos procedeu havia suspenso de forma precária até que a direcção tomasse as medidas necessárias. No entanto, os companheiros locais em reunião subsequente entenderam pedir a direcção a levantação da suspensão e a restauração dos companheiros suspensos”, explicou o dirigente, continuando “os companheiros retomaram as suas actividades. Portanto, nós estamos reforçados e prontos com a mesma direcção sem qualquer constrangimento, antes pelo contrário a CASA-CE no Zaire esta mais reforçada e determinada para enfrentar as demandas da actualidade preconizada pelo sucesso das próximas eleições”.

Este manifestou esperançoso com a restauração da antiga direcção. “Toda mudança implica dinâmica. Tanto depois desta restauração nós teremos uma CASA diferente positivamente e terá mais possibilidade com a participação global para chegar até lá onde ainda não conseguimos chegar, nas comunas, nos bairros e, quiçá buscar os companheiros que estão no outro lado para termos uma programação especifica e estarem reinseridos na nossa sociedade sob o ergue da CASA-CE”, rematou.