Lisboa –  O general Alberto Correia Neto que criou Paulo Denílson Feijó Luís até aos três anos de idade revelou a DNIC, na condição de  declarante do processo, que voltou a ver o agora conhecido  “falso filho do PR”, na década de noventa no seguimento de uma interpelação de Fernando da Piedade dias dos Santos “Nandó”, na altura em que este exercia o cargo de  ministro do Interior.

Fonte: Club-k.net

Depois de ter regressado da União Soviética

Correia Neto, actual embaixador de Angola na Alemanha foi responder no dia 27 de Janeiro de 2014, no departamento de crimes selectivos da DNIC, após uma requisição (00716), do Ministro do Interior, Ângelo de Barros Veigas Tavares ao seu homologo das relações exteriores solicitando a presença do diplomata para ser interpelado em torno do processo 42/2014-06/DNIC.

No dia em que foi responder, conforme consta no “auto de declarações”, este general ao serviço da diplomacia começou por dizer aos responsáveis da investigação que o interpelaram que vinha “na qualidade de tio do arguido Paulo Denílson Feijó Luís e não Paulo Feijó dos Santos como o mesmo vem se identificado.

O embaixador Alberto Correia Neto  narrou os factos da seguinte maneira:

“Que conhece a mãe do arguido entre os anos de 1966 a 1968, pois que é uma das irmãs menor da sua esposa Maria Paula dos Anjos Feijó. Instado declarou que conhece também o pai do Paulo Feijó, senhor José António Sebastião Luís desde o ano de 1977.”

“Esclareceu que no ano que não se recorda , a sua cunhada Maria Beatriz de Carvalho Feijó, apareceu em casa em estado de gestão e depois de uma conversa com a mesma, ele declarante e sua esposa, aperceberam-se que a referida gravidez era do senhor  José António Sebastião Luís.”

“Instado declarou que ouviu dizer que o pai do arguido pode ter grau de parentesco com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Esclareceu ainda que a mãe do arguido encontra-se viva e a funcionar como enfermeira em Luanda.”

“Instado declarou que o arguido e sua mãe viveram em sua residência até a altura e que o arguido completou os três anos de idade, tendo abandonado a mesma porque o declarante viu-se obrigado a ir a extinta União Soviética, para fazer  estudos militares, sendo obrigado a levar a família toda. Quanto a senhora Beatriz e o seu filho foram viver no bairro Neves bendinha, rua da gabela, na residência do pai da senhora Beatriz (já falecido).”

O apelo de Fernando da Piedade  “Nandó”

“Esclareceu que desde esta altura nunca mais tinha visto nem ouvido falar de Paulo, até que em 1990 foi abordado pelo então Ministro do Interior, Fernando da Piedade dias dos Santos “Nando”, com os dizeres “Mam Bento abandonas ai uma criança que é teu filho e eu é que tenho de apoia-lo” e tendo ele declarante, uma vez que o tal miúdo encontrava-se próximo chamou-o e pediu que no dia seguinte viesse com a mãe e esta informar quando é que teve  uma criança com o declarante, no entanto reconheceu-o como filho de sua cunhada Beatriz de Carvalho Feijó.” 

“Esclareceu que foi assim que apercebeu-se  através do Senhor Nandó, que o arguido Paulo Feijó na altura era menino de rua e que passava o dia a lavar viaturas nas imediações na piscina do Alvalade e que as vezes era ajudado por este.”

 

Mais detalhes  do depoimento do mesmo pode ser lido no auto de declarações em anexo.

 {edocs}http://club-k.net/images/pdf/alberto-correia-neto-auto-de-declaracoes.pdf, 710, 600{/edocs}