Luanda -  Milhares de inquilinos das novas centralidades urbanas do Kilamba e Cacuaco estão há vários meses sem pagarem as suas rendas de casa, por razões alheias a sua vontade.

Fonte: SA

Dívidas acumulam-se por falta de cobranças 

O Semanário Angolense soube junto de alguns moradores das duas centralidades, que tiveram acesso aos apartamentos na modalidade de renda resolúvel, que eles não sabem a quem devem dirigir-se para efectuarem o pagamento dos seus arrendamentos. 

Este jornal não conseguiu apurar se a mesma situação estará a verificar-se noutras centralidades, nomeadamente do Capari, Km 44 e Zango (Condomínio Vida Pacífica), que, como se sabe, se encontravam, há pouco menos de dois meses, sob gestão da Sonip.

«Muitos de nós fomos “forçados” a pagar um ano de renda adiantada, pelo que este prazo já terminou há meses. Agora, não sabemos a quem devemo-nos dirigir para actualizar as nossas rendas», lamenta um morador do Kilamba, que não deixa de esconder a sua insatisfação.

Um outro inquilino da mesma centralidade diz que as instalações da Delta Imobiliária,- a empresa contratada pela Sonip para supostamente proceder à cobrança das rendas- «tem as suas portas encerradas há meses».

Entre os moradores, há quem se mostre preocupado com a falta de cobranças das rendas, que já levou à acumulação de dívidas, mas há também quem se sinta contente, por «viver de borla», conforme confidenciaram ao SA.

Em situação diametralmente oposta estão os inquilinos/funcionários do Estado, que foram contemplados pelas suas empresas, pelo que o pagamento das suas rendas tem sido directamente deduzido dos seus salários. 

Recorde-se que no início das vendas das casas, em regime de Renda Resolúvel, os interessados eram «obrigados» a pagar o valor de um arrendamento anual, uma situação que chegou a gerar algumas contestações. Mais tarde, a Sonip acabaria por recuar dessa decisão, abrindo a possibilidade das rendas serem honradas mensalmente.

Confrontado com o assunto, o director do Gabinete de Comunicação e Imagem da Sonangol não quis se pronunciar, já que, segundo ele, «a Sonip já não está a gerir as centralidades, à luz de um Despacho do Presidente da República datado de 10 de Junho deste ano. «Estes assuntos devem ser tratados ao nível dessa comissão criada pelo Chefe de Estado», ajuntou.

*Ilídio Manuel