As negociações com a SAA, no alcance a que as autoridades angolanas as sujeitaram, não admitem a figura de uma fusão entre as duas companhias; trata-se de uma aliança estratégica, com o fim específico de reorganizar a TAAG, de modo a levantar também da interdição que impende sobre todas as companhias angolanas.

A opção pela SAA terá sido especialmente favorecida pela natureza comum da plataforma tecnológica Boeing de ambas as companhias – factor capaz de dar melhor resposta a uma das principais exigências (manutenção) da recuperação da companhia angolana; numa parceria ou associação com a TAP prevaleceria a lógica comercial.

A preferência pela TAP, então assinalada por várias entidades, também terá sido prejudicada por comentários públicos considerados “desajustados” do seu presidente, Fernando Pinto, mas igualmente por uma alegada falta de receptividade do ministro dos Transportes, Mário Lino.

2 . O processo de refundação da TAAG, como é conhecido, é encabeçado por dois dos mais aptos especialistas angolanos no domínio da organização e funcionamento de companhias de transporte aéreo: Pimentel Araújo, presidente da Comissão de Gestão; Adriano Carvalho, presidente da Comissão de Refundação.

P Araújo foi DG da SAL (Sociedade de Aviação Ligeira) num período em que a companhia se expandiu e prestigiou; a seguir dirigiu a Transafrik e a Gemini. A Carvalho, que já exerceu funções de responsabilidade na TAAG, tem um vasto background da companhia, à qual sempre esteve ligado.

A primazia dada à SAA também é considerada condizente com a sensibilidade particular de P Araújo para o sector da manutenção de uma companhia aérea. Às atribuições próprias da sua função de presidente da CG da TAAG, juntou o pelouro da manutenção da companhia.

Fonte: AM