Luanda - DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, POR OCASIÃO DA MINI-CIMEIRA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA COMISSÃO INTERNACIONAL DA REGIÃO DOS GRANDES LAGOS Luanda, 14 de Agosto de 2014


EXCELÊNCIAS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO,

SENHORES MEMBROS DAS DELEGAÇÕES,

DISTINTOS CONVIDADOS,

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,

É para mim um grande prazer rever Vossas Excelências e agradeço por terem aceite o meu convite para participar nesta Mini - Cimeira, apesar da sobrecarga das vossas agendas de trabalho.

Na nossa reunião anterior, realizada aqui em Luanda, aprovámos deliberações importantes e com prazos definidos para sua implementação.

Essas deliberações são o resultado da estratégia e das opções operacionais que fizemos entre o diálogo e a acção directa, para a resolução definitiva da questão da FDRL e a consolidação da paz no Leste da RDC.

Mais do que adoptar decisões é importante executá-las.

As decisões só têm razão de ser se forem levadas à prática e produzirem bons resultados.

Para isso acontecer, necessitamos de acatar e implementar as deliberações que nós próprios adoptámos.

O propósito desta Mini -Cimeira é fazer um balanço sobre a implementação das deliberações da última reunião realizada em Luanda sobre a República Democrática do Congo e das reuniões dos Ministros da Defesa dos países aqui representados.

Na verdade, vamos abordar os graves problemas da região que, com urgência cada vez mais premente, requerem uma resposta consensual, cabal e eficaz, a fim de os superar rapidamente.

O tempo passa e cada minuto que se perde são mais vidas humanas que desaparecem, mais recursos que são gastos e menos disponibilidade temos para fazer frente a outras dificuldades que entravam o nosso desenvolvimento e o bem-estar dos nossos povos.

Se as soluções que encontrámos para a situação difícil da Região dos Grandes Lagos já não reúnem consenso, temos de reanalisá-las e reajustá-las e restabelecer a unidade de pensamento e de acção, para se garantir a consolidação da paz e da estabilidade.

Duas questões fulcrais que punham em causa esses objectivos eram a do M23, que mereceu já o tratamento previsto na Declaração de Nairobi; e a das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), que permanecem um problema à espera de solução, concretamente o seu desarmamento e repatriamento forçado ou rendição incondicional imediata.

Temos noção de que a paz em cada um dos nossos países é incompatível com quaisquer ameaças reais ou potenciais à nossa segurança.

Cada um dos nossos Estados deve constituir-se na garantia de segurança dos outros, a fim de criarmos um clima de boa vizinhança e de estabelecermos relações estáveis e duradouras entre nós, necessárias para o desenvolvimento e para a nossa afirmação no plano internacional.

Estou certo de que os relatórios que vamos receber dos Ministros da Defesa e Chefes de Estado-Maior vão dar-nos uma panorâmica exaustiva sobre a situação, para sabermos qual o caminho que ainda devemos percorrer para alcançar os nossos objectivos.

Nesta reunião vamos também ouvir uma informação sobre o Processo de Paz e Reconciliação Nacional da República Centro - Africana, a ser prestada por Sua Excelência o Presidente da República do Congo.

Dou as boas-vindas a Vossas Excelências e espero que se sintam entre nós como se estivessem em vossa casa própria e desejo que os nossos trabalhos sejam coroados de êxito.

Muito Obrigado!