Luanda – Vivemos hoje numa aldeia chamada mundo, onde o caos tomou controle total dos aldeões e já não se faz sentir o amor ao próximo, respeito ao “status quo” ou a ordem social. Mais antes de entrar em detalhes a respeito da desordem do caos, vamos fazer uma viagem ao tempo para ver como tudo começou.

Fonte: Club-k.net
Marcelino Santos.jpg - 14.35 KBPara os evolucionistas, o surgimento da espécie humana deriva de um processo que ocorreu de forma faseada, começando pelos Hominídeos passando por varias transformações até que chegamos ao “homo sapiens”, ou seja, o “homem actual” (Teoria evolucionista de Charles Darwin).

A história remota a milhões de anos e por sua vez, até hoje ocupa algumas esferas públicas pelo facto de haver um antagonismo da versão, os criacionistas neste caso, que acreditam que o mundo ou a espécie humana é fruto de uma criação divina, fomos fecundados pelo divino, por um sopro de mestre, surgiu a nossa existência e em seis (6) dias, estava o mundo concluído.

Diferentes abordagens mais que têm em comum um ponto convergente, entre ambas as histórias, reinava a "paz" entre os habitantes da aldeia. Bem, ser ou não ser, neste artigo não apraz-me discutir o tema em questão, se calhar na próxima ocasião ou num fórum próprio abordaremos este assunto com profundidade.

O mundo hoje tornou-se numa verdadeira selva, onde de certa forma quem tem mais chora menos, a desordem estende-se por tudo quanto é canto sem excepção aos gigantes do primeiro mundo, ou seja, os ditos fazedores das regras ou manuais de instrução de como se deve viver perderam o controle total e também mergulharam no caos.

É se calhar o estado mais avançado da anomalia social profetizada por Durkheim, onde o obedecer das regras esta fora de questão, é o estado incontrolável da desordem social, onde as instituições até então capazes de manter um certo ordem como igrejas, famílias e até o próprio estado, perderam a autoridade.

É a corrida as armas de destruição em massa e enquanto se instaura o medo com doses excessivas de choques colectivo a deixarem os aldeões sem capacidade para raciocinar, os gigantes aproveitam exactamente este momento e vão garantindo monopólio.

As sociedades são como um organismo vivo, quando uma das partes estiver disfuncional, as restantes devem contribuir, unindo esforço para restabelecer a ordem total (E. Durkheim)… De certeza que, se estivesse vivo Emile Durkheim, teria alterado o sentido da sua frase. E talvez diria: “As sociedades são como fragmentos e cada uma das partes fragmentadas deve lutar para ocupar o seu lugar sem se importar com os restantes”.
 
A isto, eu digo é a materialização do paradigma liberal capitalista, onde dá-se ênfase ao indivíduo como sendo uno e indivisível os outros que se lixem onde cada um é por si e ninguém é para todos. Hoje os conflitos e as competições, são de âmbito mundial e ninguém, mas, ninguém mesmo esta de fora deste chamusco.

É a ascensão do capitalismo de desastre de Naomi Clein, a concretização das políticas económicas de Milton Friedman, mesmo depois de sua morte.

O mundo hoje é as guerras entre indivíduos que habitam o mesmo espaço geográfico a lutarem por uma parcela de terra por essa possuir alguns minerais que servem de interesse as partes, mais que na verdade não seria o suficiente para satisfazer este desejo de poder insaciável;

O mundo hoje é a luta pela supremacia étnica entre indivíduos que habitam o mesmo vasto território, mas que na verdade sentem-se sufocados pela etnia rival por esta criar as ditas oligarquias de ferro e não dar espaço para os que pensam diferentes, ainda que isto resulte em um extermínio de até gente inocente;

O mundo hoje é o índice elevado de delinquência a todos os níveis, é o arrefecer do amor ao próximo e a perda total dos valores culturais. É o estado de anomalia em que o respeito pelos mecanismos de controle social já não se faz sentir, instituições como família e igrejas estão tacitamente a perder o terreno e o que nos resta será o ultimo estádio das violações em que andaremos a caça dos mais frágeis;

O mundo hoje, é a descoberta precoce ou tardia da orientação sexual, facto que carece de uma intervenção cuidadosa e legislação específica, o mundo hoje é global, é o desaparecer da cultura local, dando espaço as práticas que distam a milhares de quilómetros de distância. É a pressão ou liberalização da vontade sexual individual (ainda que isto coloca em risco a reprodução da espécie humana);

O mundo hoje, é o surto de doenças incontroláveis que atingiram o recorde de mortes desde seu aparecimento e que quando surgi alguém dito de boa fé que aparentemente vai dando sinais de ordem no meio do caos propondo soluções plausíveis, infelizmente estes também acabam caindo, porque não é este o objectivo, o caos tem de continuar até que sejam materializados os interesses dos que estão por de trás disto.

Apesar de Marx ter bombardeado com fortes críticas a teoria de Malthus, volvidos dois séculos, vemos a materialização da mesma, onde o epicentro é divido ao facto de que "comemos" mais duque aquilo que produzimos então a solução deve ser diminuir algumas "bocas".

Se calhar o momento menos feliz para Malthuser, foi quando disse: “Se existe um homem que não consegue prover alimento para os seus filhos, então este, esta a mais no mundo”. Pensamento que logo de seguida teve a resposta de seu maior adversário na altura, Marx respondeu: “Se existe um homem a mais no mundo, então este homem é Malthus…”   

Olhando para isto tudo talvez o que eu posso dizer é: "estamos fritos". Estamos sim fritos, porque hoje, parece que o nosso lado animal, esta a se manifestar como nunca, não há interesse pela satisfação colectiva mas sim o desejo individual de vencer ainda que para tal sege necessária decapitação de seu próximo.

A questão que se coloca é: Será possível a satisfação da ganância humana?