Lisboa - Caros cidadãos angolanos: No princípio de 2011, eu tinha apenas 24 anos de idade, quando, inspirado pela Primavera do Magreb, convoquei a manifestação anti-governamental para o dia 7 de Março do mesmo ano, que denominei “A Nova Revolução do Povo Angolano”.

Fonte: revolucaoangolana.webs.com

Como autodenominado Líder Fundador do fictício MRPLA (Movimento Revolucionário do Povo Lutador de Angola), lancei o répto que incentivou e mobilizou muitos Angolanos, dentro e fora do País, e após o 7 de Março de 2011, a situação política do nosso País nunca mais foi a mesma.

Neste momento, os Angolanos esclarecidos e o mundo em geral sabem que o presidente José Eduardo dos Santos (JES) é uma bomba relógio que a qualquer momento irá explodir, e o inigma está no que será de Angola após a mesma explosão.

Venho através deste texto motivar os Angolanos afim de sermos os protagonistas de uma mudança genuína, e não dependentes de teorias desenquadradas, defendidas até por alguns críticos de JES e MPLA, de que a mudança em Angola apenas surgirá de dentro do próprio MPLA. Pois, se este é o caso, apenas comprova a incapacidade e incompetência dos actuais opositores de JES/MPLA.

Como anônimo Agostinho Jonas Roberto dos Santos, nunca dei a cara publicamente, mas nos últimos anos escolhi um grupo de pessoas a quem depositei confiança, tendo pessoalmente trocado experiências com os mesmos. Apresentei-me também a alguns “manos” da Central Angola e do Movimento Revolucionário, e desde 2012, pessoalmente participei e ajudei a organizar várias actividades, incluindo manifestações públicas onde fui várias vezes espancado e detido.

Desta feita, passado mais de três (3) anos desde 7 de Março de 2011, a pouca experiência obtida me permite escrever as seguintes teses sugestivas para os jovens activistas cívicos Angolanos, ou simplesmente “revús”, para os partidos políticos da oposição, para todos os descontentes e críticos do regime de José Eduardo dos Santos, e para o povo Angolano em geral:

A mudança que queremos em Angola não sairá das urnas, muito menos das próximas Eleições Gerais de 2017, onde tudo indica que o árbito jogador, José Eduardo dos Santos, irá recandidatar-se para mais um mandato que terminará em 2022, pois assim permite-lhe a actual Constituição atípica da República de Angola.

Actualmente, em Angola não existe oposição à altura da ditadura de José Eduardo dos Santos e MPLA porque este tem folgadamente desgovernado o País à seu bel prazer. A oposição que existe, age nas matrizes do MPLA e não toma iniciativas significativas, tão pouco sabe surpreender. A oposição e todos os críticos do regime do MPLA, devem parar de perder muito tempo em politiquices de reformas e em conformismo. Há que se arriscar ou se sacrificar mais, agir e não esperar por uma mudança milagrosa de 2017.

Neste momento, nós, os críticos do regime ditatorial de José Eduardo dos Santos, somos os nossos piores inimigos. A juventude (activistas cívicos) fragmenta-se a cada dia que passa, apesar de ser o mais activo e práctico intervencionista. As organizações da sociedade civil (ONGs) trabalham de forma individual e descoordenada, maioritariamente em relatórios e denúncias. Os partidos políticos da oposição não criam iniciativas significativas e trabalham nos limites impostos pelo MPLA, assim sendo, ao invés de serem uma força catalizadora para a mudança, transformaram-se num obstáculo cúmplice que impede e desmotiva o avanço da demonstração de revolta dos seus militantes e amigos, e de toda a sociedade sofredora e crítica ao regime do MPLA.

Ninguém de forma individual e exclusiva trará a mudança que desejamos em Angola, mas a nossa união, num único propósito e em acções coordenadas, facilitará a concretização da mudança em menos tempo.

A mudança que almejamos, é a mudança do actual sistema de coisas. Não conseguiremos alcançá-la se continuarmos a depender do regime do MPLA e a agir dentro dos limites impostos por José Eduardo dos Santos, e no conformismo insistirmos suplicando para que ele efectue as mudança que pretendemos. Devemos inovar e quebrar as regras do jogo, redefinindo-las à nosso favor.

Após a derrota nas Eleições Gerais de 31 de Agosto de 2012, a maioria dos partidos políticos da oposição enveredaram-se na mesma mentira de sempre, de que haverá mudança nas próximas Eleições Gerais de 2017, se o cidadão votar contra o MPLA. Isto não existe. É um cliché falacioso porque o MPLA, enquanto for o organizador e árbitro no jogo eleitoral, jamais perderá as eleições.

A muito que os opositores e críticos do MPLA têm estado na defensiva, dando-se sempre por vítimas. O quadro deve ser revertido, não cruzando os braços diante de quem nos intimida, tortura e mata. Devemos passar na ofensiva, e em cada ataque retribuir com acções que farão com que o agressor pense nas consequências na próxima que tentar os mesmos actos.

MAIS Sugestões
- Traçar metas que garantam a alternância do poder antes de 2017.
- Definir objectivos e benefícios da mudança.
- A arma número um (1) para a mudança é a “informação”.
- Consciencializar e mobilizar o pacato cidadão reforçando a noção de quem é o inimigo e os males que este tem feito ao povo Angolano, afim de haver consenso em acções.
- Mudar o discurso, focalizando-se na consciencialização da comunidade nacional e internacional de que os Angolanos estão a entrar numa nova fase com vista à mudança do actual regime.
- Multiplicar e intensificar a campanha nacional e internacional sobre a exposição da violação dos direitos humanos, desgovernação, corrupção e roubo do erário publico por parte do regime de José Eduardo dos Santos, focalizando-se na necessidade de mudança nesta etapa crítica de JES.
- Mobilizar apoios da comunidade nacional e internacional com vista a mudança desejada, criando alianças que defendam sobre tudo os interesses dos Angolanos.
- Através do favoritismo, familiarismo e vitimizações dos seus próprios quadros, militantes e amigos, José Eduardo dos Santos cria diariamente um exército de descontentes dentro do seu próprio elenco, suscitando frustrações que se amontoam em silêncio e medo, cabendo aos opositores criarem alianças com estas vítimas revoltadas para se alcansar a mudança que todos Angolanos merecem.

Não percamos mais tempo. Vamos nos unir para vencer.

Um abraço por Angola,

Luanda, aos 17 de setembro de 2014.

Agostinho Jonas Roberto dos Santos
Líder Fundador do MRPLA (Movimento Revolucionário do Povo Lutador de Angola)
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