Luanda - A Universidade Lusíada de Angola tem como instituidores o cantor Rui Mingas e Paulo Múrias, antigo jogador de basquetebol e massagista do Presidente José Eduardo dos Santos. Rui Mingas pertence ao clã Vieira Dias, Van-Dunem, já foi Secretário de Estado da Cultura e Embaixador de Angola em Portugal, Paulo Múrias, por seu lado, aportou a Angola ainda jovem vindo de Portugal, tendomais tarde se naturalizado como Angolano, como massagista de JES também ficou milionário.

Fonte: Club-k.net

Universidade Lusiada.jpg - 13.25 KBO negócio da Universidade terá sido uma iniciativa do MPLA para massificar o ensino. Mas a oportunidade de fazer milhões fez dos dois sócios milionários. Com o dinheiro também apareceram os defeitos e os efeitos.

Enquanto o sócio Rui Mingas seja conhecido pela sua educação e respeito por todos, o seu sócio, Paulo Múrias é conhecido por tratar tudo e todos como descartáveis, independentemente do disposto na lei angolana que regula as relações laborais.

Tanto os professores como os trabalhadores administrativos da Universidade Lusíada são dispensados sem aviso prévio, os salários são pagos com atraso porque Paulo Múrias vive em Lisboa, alguns trabalhadores recorreram a justiça e foram indemnizados. Mas segundo consta de pessoas que trabalham directamente com Paulo Múrias, este terá afirmado que não se importa de pagar indeminizações e sempre que não for do seu interesse irá dispensar, a mesma atitude acontece com outras empresas no Namibe, Benguela e Huambo.

A pouca simpatia de Paulo Múrias pelos angolanos é notária nas contratações que faz e nos privilégios que dá aos professores e trabalhadores na sua maioria Brancos e Mulatos vindos de Portugal, na administração da Universidade todos são estrangeiros portugueses e cubanos. Estes têm direito a transporte e ficam alojados na chamada casa de passagem, até a data nenhum negro ou angolano teve tal privilégio.

Toda a direção da Universidade Lusíada é composta por branco e mulatos. Desde das secretárias até aos diretores, tanto de faculdade como ao nível dos serviços académicos. Essa situação num país onde a maioria dos cidadãos são de raça negra, dá que pensar sobre as razões da segregação racial.

A situação de discriminação dos professores negros na Universidade Lusíada ficou evidente, muito pela atitude do seu Reitor, o Mestre Mário Pinto de Andrade, conhecido por fazer comentários nos órgãos de comunicação do regime e é também membro do Comité Central do MPLA. Está a fazer o terceiro mandato como reitor e durante os dez anos a frente da reitoria da Universidade Lusíada de Angola,nunca sugeriu um professor negro para a direcção das faculdades, os poucos que encontrou ordenou a sua exoneração.

O complexo de raça do Reitor Mário Pinto de Andrade, foi notório quando teve que escolher o seu Vice-Reitor. Mário Pinto de Andrade, apesar de não possuir um doutoramento como exige a lei para exercer a função que desempenha, preferiu escolher um professor Mulato sem doutoramento para o cargo, embora existam vários professores de raça negra com doutoramento e disponíveis na instituição.

Numa recente nomeação em substituição do ativista para os direitos humanos em Angola, Fernando Macedo que se ausentou para frequentar o Doutoramento, o Reitor Mário Pinto de Andrade nomeou um professor mulato, João Cardoso para exercer o cargo de diretor da faculdade de direito e relações internacionais, facto que surpreendeu todos os docentes já que o professor em causa nunca teve qualquer tipo de participação nas atividades do curso nem era conhecido dos restantes colegas, em detrimento dos demais professores que não foram convidados para o cargo pelo simples facto de serem de raça negra.

Reconhecendo a incapacidade do seu nomeado sugeriu uma assessora para a faculdade também de raça branca. Abordado sobre o assunto, o Reitor terá afirmado que os negros têm muitos defeitos e que os mulatos como ele também sofrem descriminação.

A Universidade Lusíada de Angola tem estado a degradar-se nos últimos anos, não possui uma biblioteca, as salas de aula têm um número excessivo de alunos e sem carteiras, aos professores foi retirado o direito de estacionar as suas viaturas nos parques da instituição, os salários são processados com atraso e acresce-se a situação de descriminação contra os funcionários e professores de raça negra.

O Ministro da tutela devia fiscalizar mais. A situação de servidão a que se submete os angolanos já não se justifica nos dias que correm. Deveria ser matéria para crime quando uma instituição faz descriminação dos seus trabalhares por razões raciais. Uma Universidade onde todos os chefes são de raça branca e os negros meros trabalhadores é caso para perguntar para quê serviu a luta de libertação nacional, se o cidadão nacional contínua a sofrer discriminação racial?

O caso da Universidade Lusíada não é o único no país, segundo relatos anteriores, a maior parte das universidades privadas em Angola tem esse tipo atitude e procedimento, a cor da pele é o primeiro critério para exercer qualquer cargo. Na Universidade Lusíada de Angola estão colocados alguns analistas do regime tal como o próprio Mário Pinto de Andrade, Fernando Gamboa, Belarmino Van-Dúnem e António Luvualu de Carvalho.