Luanda -  Li com bastante atenção a última edição do Semanário Novo Jornal, onde foi publicada uma  “denuncia”, com o titulo “Presos reclamam por comida nas cadeias da capital”.

Fonte: Club-k.net

Como oficial dos Serviços Prisionais, não posso deixar de manifestar o meu desagrado, perante tão infame noticia. A minha indignação, é ainda maior, quando o resultado da suposta “denuncia”, tem a ver com a visita efectuada pela repórter aos armazéns da Direcção de Logística e ao refeitório do Estabelecimento Prisional de Viana, onde teve a oportunidade de constatar a existência de quantidades suficientes de meios logísticos, e a qualidade adequada da alimentação, hoje confecionada, por uma empresa especializada, contratada pelo Ministério do Interior, passando de um tempo a esta parte, pasme-se, as refeições serem únicas, para os reclusos e funcionários dos estabelecimentos prisionais de Viana e Caquila, experiência que se pretende estender gradualmente aos demais estabelecimentos prisionais. Infelizmente este modelo, ainda não foi possível materializar da Cadeia Central de Luanda (CCL), por esta se encontrar em avançado estado de degradação, com perspectiva de desativação futura.

Não somos apologistas da teoria da conspiração, mas devemos salientar que o NJ é useiro e vezeiro deste tipo de notícias. Preferimos não acreditar, por isso, que haja uma espécie de pela actual Direcção dos Serviços Prisionais em particular, e do Ministério Interior em geral. Não senhor. Optamos, dando o benefício da dúvida, por considerar que se trata de um lapso, capaz, julgamos, de atropelar as regras éticas e deontológicas desta nobre profissão.

 Admitimos que, ainda temos muitas dificuldades, mas os funcionários dos Serviços Prisionais reconhecem o esforço que a actual Direcção vem fazendo, para a melhoria das condições dos reclusos, mas também pelas reformas que vêm sendo feitas, a nível do MinInt, com a resistência de algumas pessoas bem identificadas que se socorrem ao Novo Jornal e a outros desprovidos de carácter para publicação de noticias do género, de forma directa, ou de forma cobarde, camuflando-se em pseudónimos, encomendo a outros jornalistas ou ainda publicando nas redes sócias.

 Os trabalhadores dos Serviços Prisionais, estão abertos a criticas, pois reconhecem que muito ainda tem que ser feito, mas esperam dos jornalistas maior responsabilidade. Ainda assim, continuamos abertos a outras visitas, numa clara demonstração de que não há nada a esconder.

Viva a liberdade de imprensa!

Vitorino Mota/oficial dos Serviços Prisionais/área de logística