Lisboa - É mais uma das principais figuras dos negócios em Angola a ser ilibada pela Justiça portuguesa. Depois de analisar perto de 38 contas a que o banqueiro angolano Carlos Silva tinha acesso, e transações de perto de 60 milhões de euros, não foram encontrados indícios de ilegalidade.

Fonte: Africa Monitor

O despacho judicial que dita o arquivamento, segundo a revista Sábado, afirma não haver "a menor dúvida sobre a legítima proveniência dos capitais transaccionados" por Silva, vice-presidente do Millennium Bcp e presidente do Banco Privado Atlântico Europa (BPA).

O inquérito ao banqueiro foi individualizado em 2013, dois anos depois de uma denúncia apresentada pelo professor universitário Adriano Parreira. Foi ordenada a quebra do sigilo bancário e analisadas 38 contas de que Silva era titular, co-titular ou que era autorizado a movimentar.

Ao todo, refere a Sábado, foram investigadas transações de cerca de 60 milhões de euros em 10 bancos. Foram visadas as movimentações financeiras oriundas do estrangeiro e superiores a 100 mil euros ou dólares. Carlos Silva chegou a escrever à procuradora-geral da república, proclamando a sua inocência. Acabou por ser ouvido em 2014, após o que o caso foi encerrado.

Kopelipa" continua a ser investigado

 O despacho do procurador Paulo Gonçalves a favor do arquivamento da     investigação a Helder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”,foi chumbado pelo diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Amadeu Guerra, segundo a revista Visão. O responsável identificou falhas na investigação, determinando o seu aprofundamento.

Guerra mostrou-se mesmo surpreendido com a conclusão de Gonçalves, de que os investimentos do general angolano estão limitados à World Wide Capital, acionista do banco BIG. A justificação para os movimentos de capitais considerados suspeitos passava por um aumento dos lucros deste banco em 2014. Mas a investigação refere-se aos anos 2006 a 2013.

Outros visados incluem dezenas de cidadãos angolanos, empresários, advogados e presidentes de bancos portugueses. Um dos denunciados é Ricardo Salgado, presidente do BES, a quem “Kopelipa” estava ligado pela participação no Banco Espírito Santo Angola (BESA).