Luanda - Tendo o Secretariado Nacional do BLOCO DEMOCRÁTICO, BD, tomado conhecimento que o titular do Poder Executivo já respondeu à solicitação por parte das Nações Unidas para que a República de Angola possa integrar com cerca de 1.800 (mil e oitocentos) efectivos um contingente da ONU na República Centro Africana;

Fonte: BD

Considerando que o Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, FAA, está, desde há muito, a criar as condições para a participação das FAA em operações da paz, como as que ocorreram, como recordou muito recentemente ao Jornal de Angola o General Nunda, Chefe do Estado General das FAA, na República Democrática do Congo e na República do Congo em 1997/1998 e na Guiné-Bissau em 2010;

O Secretariado Nacional do BD afirma-se claramente contra o espírito deste tipo de participações, pois, se elas se afiguram como as que ocorreram na RDC e no Congo, autênticas invasões das FAA a dois países irmãos realizadas à margem e sem a aprovação da Assembleia Nacional a quem compete constitucionalmente aprovar para ratificação e adesão os tratados respeitantes a assuntos militares, elas não devem voltar a ser repetidas.

O Secretariado Nacional do BD manifesta-se, uma vez mais, contra a atitude belicista da direcção do País, que servindo interesses de grupo e internacionais quer apostar, uma vez mais, em contribuir para a destruição da nossa juventude.

Angola saiu recentemente de guerras sucessivas ao longo de 41 anos. Várias gerações sucumbiram e o capital humano ficou de tal forma enfraquecido que não tem estado à altura de transformar o crescimento económico em desenvolvimento. O País precisa de construir sua Paz social total e evitar processos que desarticulem ainda mais o tecido humano e a coesão social.

O Secretariado Nacional do BD afirma que a megalomania da direcção do País, no plano militar, pretendendo tornar o país numa potência na região central, assente na máquina de guerra organizada ao longo desses últimos 37 (trinta e sete) anos, é o exercício duma nova ilusão, não tem sustentação no país real, pois, Angola, para atingir um papel relevante no Continente Africano e no mundo, não tem que hipotecar o capital humano da sua juventude como carne de canhão, mas sim mudar o perfil da sua economia, apostar no aumento da qualidade da educação, da saúde, do saneamento básico e da habitação que são fundamentais para o desenvolvimento do país, a par do combate ao arbítrio, à violação dos direitos humanos e à pobreza.

Ao opor-se a esse tipo de aventuras, visando enfraquecer as capacidades internas dos angolanos, o Bloco Democrático adverte veementemente o Secretário Geral das Nações Unidas e a Presidente da União Africana, que não integrem forças angolanas em quaisquer missões sem que os pressupostos legais internos sejam cumpridos, como a autorização da Assembleia Nacional.

Gabinete do Secretário-geral, em Luanda, aos 14 de Outubro de 2014

O SECRETÁRIO-GERAL
Filomeno Vieira Lopes

 

COMUNICADO: O BLOCO DEMOCRÁTICO APOIA A CRIAÇÃO DE UM ESTADO PALESTIANO E O DIÁLOGO ENTRE O ESTADO DE ISRAEL E OS PALESTIANOS


O BLOCO DEMOCRÁTICO, BD, congratula-se com a decisão, recentemente anunciada no Parlamento Sueco pelo novo Primeiro- Ministro, Exmo. Senhor STEFAN LÖFVEN, do Partido Social-Democrata, que o seu país vai reconhecer a Palestina como um Estado independente.

O BD partilha igualmente da posição do Governo Sueco de que o conflito entre Israel e a Palestina só pode ser resolvido com uma solução de dois Estados, solução esta que requer o reconhecimento mútuo, negociada de acordo com a lei internacional.

O BD considera o silêncio do Governo Angolano aos bombardeamentos na faixa de Gaza pelos quais milhares de inocentes palestinas pereceram, entre os quais muitas crianças, como um sinal de cumplicidade para com estes actos de pura barbárie praticados a mando do Governo de Israel. Angola não pode negociar o seu silêncio como moeda de troca para ingresso no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Para o BD, o Executivo Angolano devia aproveitar a relação privilegiada que mantem com as duas partes em conflito, para contribuir para a solução negociada do mesmo, de acordo com a lei internacional, continuamente reiterada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.

Gabinete do Secretário-geral, em Luanda, aos 14 de Outubro de 2014

O SECRETÁRIO-GERAL
Filomeno Vieira Lopes