Luanda -  A JMPLA entra em congresso com uma certeza inabalável do actual líder, Sérgio Luther Rescova: quem entra para a organização “deve assumir compromissos com o desenvolvimento do país, patriotismo e dedicação aos estudos”. O líder da JMPLA garante que a organização está empenhada em ajudar o MPLA na governação e quem o quiser substituir terá de “substituir o povo”.

JMPLA nunca promoveu maratonas de consumo de bebidas alcoólicas

Fonte: NG
Luther Rescova.jpg - 58.59 KBQuem pertence à JMPLA tem facilidade de ter emprego e casa?
Seria verdade se não tivéssemos jovens militantes da JMPLA desempregados e sem residência. O que nos alegra são os esforços que o Governo faz para acabar com o desemprego e a falta de habitação, beneficiando todos os jovens angolanos sem olhar para opções políticas e partidárias.

Há jovens que entram na organização para melhorar a vida?
Fico feliz que assim seja e que melhorem a sua condição de vida, através da mudança de mentalidade, educação patriótica, princípios cívicos, amor à pátria, responsabilidade social. Nem sempre melhorar a vida deve ser visto do ponto de vista material e não é bom que se transmita a ideia aos jovens que comprar um carro novo é melhorar a vida, ou viajar. Melhorar a vida é dedicar-se aos estudos, respeitar os mais velhos e assumir compromissos com o país.

Estar na JMPLA é um ‘trampolim’ para se ter um cargo na governação?
A JMPLA é o viveiro de quadros do MPLA, segundo os estatutos da organização. Significa que é neste contexto que se pode chegar ou não à governação. A direcção do partido também pode escolher um jovem para ocupar um cargo no Governo, daí que o meu partido é o único que tem jovens no parlamento e os outros aproveitam-se da juventude para fins eleitoralistas. Assumir um cargo político não deve ser visto como uma questão de prestígio, mas de responsabilidade social. Há outra forma de se chegar ao poder que é através da eleição e o partido que vencer é que forma o governo.

Tem aliciado jovens da oposição para ingressarem na JMPLA?
Não. A nossa ideologia é a mobilização. Transmitimos aos jovens o que é a militância. Os jovens que entram na JMPLA devem a assumir compromissos com o desenvolvimento do país, patriotismo e dedicação aos estudos.

E nas universidades, mobilizam?
O nosso compromisso com a academia não é político. Não mobilizamos jovens nas universidades por ser proibido por lei. A mensagem que circulou nas redes sociais que dizia que a JMPLA mobiliza estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Católica não é verdadeira, nem há comités de especialidades nestas instituições.

Vai haver renovação de mandatos no congresso?
A renovação baseia-se no princípio de rejuvenescimento das estruturas da organização para que, cada vez mais, nos aproximemos da idade referência da Carta da Juventude Africana que é de 35 anos. O outro princípio é o da continuidade, na medida em que 46 por cento dos membros do actual Comité Nacional e das estruturas provinciais vão deixar os seus lugares para que novos membros possam ocupar os cargos dos órgãos colegiais. Nos comités provinciais, houve a criação de novas direções. No Comité Nacional, haverá a recondução da actual direcção.

Qual é a diferença entre a JMPLA e as outras organizações juvenis partidárias?
Temos de reconhecer que cada uma tem o seu papel e todas são importantes para a sociedade e é fundamental que cada organização cumpra com a sua tarefa e seja mais útil para o país. A diferença está nos objectivos das organizações. A JMPLA tem como objectivo realizar a política juvenil do MPLA.

A JMPLA promove maratonas de consumo de bebidas alcoólicas?
É uma falsa questão. Quem acompanha o trabalho da JMPLA sabe que esta acusação não corresponde à verdade. A nossa prioridade é a aposta na agenda social. A minha organização é a única que realiza um concurso nacional que premeia o saber, através do programa ‘Sábados Académicos’. Temos o maior programa de prevenção rodoviária, com brigadas em todos os municípios. Criamos a brigada ‘Comandante Hoji Henda’ de Alfabetizaçao. Promovemos o empreendedorismo juvenil como uma forma de incentivar o auto-emprego. A falta de emprego é um dos principais problemas que afecta a juventude. Fazemos também a educação patriótica para que os jovens possam ter amor à pátria. As nossas actividades têm um bom impacto social positivo, daí que o nosso interesse é continuar a implementar a visão do partido e do Presidente da República em relação aos jovens.

PERFIL: Sérgio Luther Rescova Joaquim é natural do Uíge e formado em Direito pela Universidade Católica de Angola. Actualmente, é docente universitário e deputado. É casado e pai de três filhos. Entrou na JMPLA em 1999, depois de ser mobilizado por um vizinho.