Os mosquito, devem ser declarado inimigo e
Fechando as  fronteiras

É preciso convencer-se que esse é o tipo de visitante que veio para estragar a festa, principalmente para  medir forças e pôr à prova  a capacidade de intervenção da administração política que no clima de paz está governando o país. Podem acreditar,  de que  a entrada ou não do ebola, é prova de fogo contra tudo que existe  nesse clima sócio-econômico que tem crescido de vento em poupa. Nossa fama de Angolanos, pelo menos na época em que vivemos, não é muito boa. Se adicionarmos no nosso expediente  mais um  ingrediente (doentes de ebolas) entre os atributos miseráveis que fazem parte daquilo que já somos; vai ficar parecendo  a dança dos mortos. Os mortos que dançam num ambiente de crescimento econômico de 15 por cento  ao ano. Vai ser pior que a dança dos bêbados, a dança dos incompetentes  na hora de tomarem uma decisão. Vai ser coisa de filme de terror, coisa desagradável para quem fica batendo no peito e dizendo: eu sou angolano!

Dizer que as fronteiras devem ser fechadas temporalmente e que ninguém deve entrar   e   sair fora do país, usando aquela direção ou região fronteiriça. Nem mesmo o mosquito da dengue, e  se entrar deve ser perseguido. É estratégia que qualquer infante (criança) usaria  nas suas horas de brincadeira de soldado ou  guerrilheiro, ou até de general. Por isso, não temos autoridade nem competência para dar palpites. A não ser desejar sorte e torcer para que tudo saia bem. Neste início de ano, aos angolanos desejamos sorte, com ébola ou sem o ébola!

Já estou imaginando o mesmo mosquito no mercado  do Roque Santeiro, cochichando no ouvido do Senhorito Malta e da Viúva Polcina  ( depois de atravessar as províncias do Uíge  e Zaire) armando um complot contra a nação, o estado,  o governo desse país  e  os luandenses. Este, sim, o mosquito, deverá ser declarado inimigo da nação e de todos. Estou vendo o mesmo chamando  e tratando todos os seres desse país de idiotas. Não vão precisar de água benta nem dos bruxos  que vêm e existem em todas as direções e lugares desse país. Porque o mosquito da dengue é pior que um ateu que não acredita em milagres, ele faz as coisas seguindo regras e princípios que só a natureza e os bons cientistas  entendem. E estes têm aconselhado  há mais de cem anos  à entidades  e governos  de como o mesmo deve ser combatido: erradicar o mosquito que serve de transmissor do vírus  e como consequência provoca a  doença. Assim como o seu famigerado parceiro, o mosquito do paludismo. É lição que aprendemos nas aulas de biologia, sobre saneamento básico, higiene (tanto pessoal como comunitária). Não devemos deixar água parada em nenhum dos cantos  da casa, das nossas vizinhanças, bairros , sanzalas ou até cidades.

Quem é que aprendeu a lição? Quem tirou nota alta e chegou ao topo da sociedade como sujeito competente que hoje deve aplicar aquilo  que tudo  aprendeu? O governo que aí está, os cidadãos simples, nossas donas de casa? Quem é que vai aparecer na televisão para explicar a esse povo o que devemos fazer, como  devemos nos precaver? E não basta dizer. É preciso unir forças, direcionar as sinergias, fazer e fazer. É preciso cultuar o habito de higiene  a esse povo e nação. Porque é isso que evita as doenças  e tem, também,  o nome de medicina preventiva. E é também isso que torna uma nação gloriosa!  Aí, sim, um dia não muito longe, vai dar para bater no peito. Nesse peito que mesmo franzinho vai ter que aceitar cada murro e soco e expulsar  o inevitável grito: eu sou angolano!

Vamos ver quem fará isso primeiro!

• Nelo de Carvalho / Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Fonte: WWW.blog.comunidades.net/nelo