Luanda - Numa análise coerente, Angola se está a transformar numa monarquia ou então podemos considerar o regresso ao regime de Partido único cujas leis são adotadas em função do egoísmo política que até transcende as barreiras da ética social só para não falar dos princípios universalmente consagrados. Para os Dirigentes Angolanos, apenas existe um pensador; José Eduardo dos Santos a quem se lhe confere cegamente o poder de pôr no cafrique os célebres até então conhecidos e reconhecidos internacionalmente e que estão espalhados um pouco por todas as franjas que constituem as representações nacionais: na Política, nas Igrejas, na Sociedade Civil, na Academia, em fim. Tácita ou em viva voz infelizmente todos estes contribuem para o cenário daquilo para onde o país tende. Mas porquê, será que o petróleo é dele ou então é a impressão a que muitos têm? Não encontro resposta.

Fonte: Club-k.net

É importante que a sociedade se levante e perceba o perigo que pouco a pouco vem assombrando o nosso país. Todos os dias ouvimos se não é na voz do próprio pelo menos através dos seus discípulos dizer o país esta a mudar. Sim está sim a mudar mas nunca para melhor. Ou então mudança para vós, se confina na proliferação de infraestruturas, com edifícios malucos porém registados todos em vossos nomes para servir os vossos interesses e dos vossos enquanto ao cidadão só resta ver navios.

Será que para vós crescimento do país é faturar cada vez mais no bolso do pequeno empreendedor, ou explorar o cidadão comum, fazendo lhe de mão-de-obra barata, enchendo os vossos bolsos dos lucros que advêm dos vossos fabulosos investimentos comparticipados com iluminados que se escondem nalgumas organizações que já citamos atrás sem excluir os estrangeiros. Bom talvez o tempo venha se encarregar em responder todas estas inquietações. Para não perder mais tempo vou directamente ao assunto: o que mais preocupa é o Silêncio, o silencio do Angolano perante questões que mechem com o nosso passado o nosso presente e ameaçam o nosso futuro. Estou a falar outra vez da mesma figura o único pensador. Não é possível acreditar que nos façam passar por ridículos e o cidadão bata palmas; cada um já se perguntou que significa falta de coerência de um Dirigente.

Foi exatamente aquilo que fez Sua Excelência o Presidente da República ao vir a público mais uma vez, repito mais uma vez e fintar-nos a todos “ há e ao mesmo tempo não há condições para o país caminhar” é muito estranho que este Mais Velho insista nesta lógica. Um dia diz que a pobreza em Angola é hereditária e outro dia diz: metade da população saio da pobreza absoluta. Calma ai. Este Mais Velho é muito veloz num curto intervalo de tempo já deixou de ser o que lhe pareceu (hereditário), hoje já estamos todos bem; o que lhe parece os gritos de socorro vindos de todo o país sobre efeitos e consequências da pobreza e ainda recentemente na província de Benguela onde senhoras deliraram amargamente por verem suas cubadas construídas com o seu próprio suor, deitadas por terra pelos supostos agentes da Ordem (mas neste caso da desordem).

O mais caricato e inadmissível é nos dizer que não há condições para se realizarem eleições Autárquicas. Sr. Presidente veja lá; alega-se recursos humanos qualificados para fazer face as autarquias; isto não é tiro no próprio pé? As Universidades anualmente colocam para o mercado de desemprego milhares de estudantes formados nas várias árias do Saber não seria uma mais-valia para o Estado aproveitar esta massa cinzenta para erguer o país, neste caso concreta para desempenharem os vários serviços ligados as autarquias; ou então não confia na qualidade do ensino em Angola mas também se for o caso nenhum de nós é culpado.

Nesta lógica o feitiço vira outra vez contra o feiticeiro. Lenine escreveu: “ Os Homens foram e serão sempre vítimas ingénuas de embuste e auto-embuste na política, enquanto não aprenderem a descobrir por traz de qualquer frase, declaração e promessa moral, religiosa, política e social, os interesses de uma ou de outra classe”.

Por isso considero absurdo falar de falta de mão-de-obra qualificada para fazer face as autarquias ou outro motivo que seja. Em linhas gerais o dossier autarquias resume-se na falta de vontade política por parte de quem Dirige é ali onde o cidadão deve afiar as garras precisamos ser patriotas e não cair no conformismo.

É responsabilidade de todos, não importa a sua Filiação partidária, credo religioso, estrato social etc. sem esquecer o dilema da revisão da lei da Nacionalidade concretamente no que diz respeito sobre quem pode ser Angolano, é incrível até onde estamos a chegar!

Aliado a tudo isto vem me a ideia de recorrer aos fundamentos da filosofia Marxista-leninista. Claro estou vos a lembrar da vossa Escolo Marx e Engels caracterizaram o Estado em três traços fundamentais:

1.         O Estado é um poder Público, e o seu atributo não é o poder coercivo em geral mas precisamente um poder público.

 

2.         O Estado representa uma supra estrutura política edificada sobre a base económica e a organização do poder da classe economicamente dominante, graças a qual, ela se torna a classe politicamente dominante, estabelecendo uma inter-relação com as outras classes.

 

3.         O Estado é a organização da classe dominante para a defesa dos seus interesses fundamentais e, em primeiro lugar da forma de propriedade que esta classe representa. A missão fundamental do Estado na sociedade baseada na exploração, consiste em manter as classes oprimidas na sujeição, apoiando-se na força, nos Órgãos de coerção.  

Gostaria com esta teoria chamar a consciência do leitor sobre qual dos três traços se alia a realidade do estado Angolano e qual dos três traços representaria na verdade a sua vontade. 

Sem fugir do tema, quero mostrar o meu descontentamento face a política coerciva adoptada pelo Regime do MPLA que utiliza os Órgãos do Estado para satisfazer os seus intentos. Tornou-se moda no país reprimir manifestações, violando gravemente os pressupostos legas estabelecidos na Constituição da República de Angola e nas leis universais em matéria de direitos e liberdades.

É vergonhoso o que temos estado a assistir. Já se chega ao ponto de se forjar matéria de acusação pelo estado, ao cidadão indefeso que apenas reivindica o seu direito. Tudo numa perspetiva de se eternizar no poder. Encorajo esta juventude que num sentimento patriótico procura defender a sua dignidade, a dignidade do povo. Mais do que nunca torna-se imperativo que os jovens despertem as consciências e lutem por esta pátria.

Afinal é o futuro que está em causa. Marx dizia “ A liberdade da vontade não significa por consequência outra coisa, do que a faculdade de tomar decisões com conhecimento de causa” desta forma toda a acção desta juventude deve merecer a máxima atenção. Pois estes vivem na carne e na alma as peripécias resultantes das mas políticas de governação impostas pelo regime do MPLA. Quero apelar a consciência dos Líderes Juvenis no sentido de maior unidade para permitir um olhar profundo, aos problemas que afligem a juventude Angolana.

Só teremos o país dos nossos sonhos quando para cada um de nós a pátria estiver em primeiro lugar, quando conseguirmos conviver na diferença, quando a competência for considerada o elemento primordial para servir.   

“AGOSTINHO KAMUANGO”