Lisboa - O antigo presidente do Standard Bank Angola Pedro Pinto Coelho vai chefiar a instituição financeira Azure Wealth, em Genebra, disse o próprio à Lusa, antecipando uma atenção especial à gestão de fortunas nos mercados emergentes, nomeadamente Angola.

Fonte: Lusa

Pedro Pinto Coelho.JPG - 37.99 KB"A intenção é fazer crescer a empresa através da vinda de mais profissionais que possam aumentar a carteira de clientes, eventualmente contratar outros gestores independentes, integrá-los e focar a atividade em África, um continente bastante promissor", disse Pedro Coelho, em entrevista à Lusa por telefone a partir de Londres.

Nos últimos quatro anos, Pedro Coelho esteve à frente do Standard Bank de Angola, tendo aberto a sucursal do histórico banco britânico em África, e deixou o banco com ativos no valor de 1,7 mil milhões de dólares (1,35 mil milhões de euros).

Antes, já tinha passado por Moçambique, depois de ter estado no grupo Amorim, Banif, Citigroup, Salomon Brothers e no departamento de investimentos do grupo Espírito Santo.

Pedro Coelho foi nomeado pelo "African Investor" na categoria de líder empresarial internacional do ano no continente africano pelo desempenho no Standard Bank de Angola, e já tinha sido nomeado, também este ano, para o prémio de "African Banker of the Year", da revista 'African Banker'.

Agora, substitui Christoph Streule na liderança do Azure Wealth, uma instituição financeira dedicada à gestão de grandes fortunas, com presença em Londres, Zurique e Genebra, e que tem a seu cargo a administração de ativos no valor de 1,1 mil milhões de dólares (873 milhões de euros).

"Foi uma oportunidade muito interessante que surgiu para a gestão de fortunas", explicou o gestor financeiro, notando que o setor está a mudar também na Suíça, com revisões da regulamentação, da transparência e da própria abertura para outros mercados.

"A Suíça está a mudar o negócio da gestão de fortunas e a focar-se nos países emergentes, também porque os Estados Unidos e a Europa já não têm as taxas de crescimento de outros tempos, e os mercados emergentes estão a crescer", disse, na entrevista à Lusa.

O panorama, acrescentou, está a mudar para as pessoas mais ricas, que antes apostavam "nas propriedades ou em depósitos", mas a descida nas taxas de juro e a dificuldade de transformar a propriedade em liquidez faz com que seja difícil tirar rendimento dessas duas aplicações.

"A ideia é criar uma diversificação de portefólio para ter um rendimento superior com alguma segurança", sintetizou o gestor financeiro.

Em Angola, exemplificou, "há empresários que têm necessidade de ajuda na gestão das suas poupanças e a ideia é apoiá-los a diversificar os investimentos que têm, conseguindo várias participações e liquidez, e também dar apoio na estruturação dos grupos familiares, garantindo sempre que estão salvaguardados em tempos de volatilidade".

O grupo Standard Bank é o maior grupo bancário a operar em África, e em Angola teve oito milhões de dólares (6,3 milhões de euros) de lucro no primeiro semestre deste ano, com quase 30 balcões e mais de 500 empregados.