Luanda - Quatro homens desconhecidos, descritos como sendo “caenches”, estão a procura do activista cívico, Elias Batano (na foto), tendo comparecido em sua residência por duas vezes, onde solicitaram informações pessoais sobre o jovem.

Fonte: Facebook

Elias Batano, mais conhecido por Gostoso, foi um dos manifestantes detidos numa manifestação realizada no dia 11 de Outubro de 2014, mas que infelizmente tivera sido detido individualmente e barbaramente torturado por agentes da Polícia Nacional, tendo sido acusado de agressão contra um dos agentes.

Na ausência de seus advogados de defesa, familiares e amigos, o jovem Batano foi sumariamente julgado e condenado no Tribunal da Polícia, em Luanda, numa sentença de 30 dias de prisão ou uma multas de 48.556.00 Kwanzas ao Tribunal da Polícia (depositado no BPC), adicionalmente a quantia de 20.000.00 Kwanzas que foi estipulado como indemnização ao agente da polícia que alegou ter sido agredido. O jovem foi posto em liberdade no dia 14 de Outubro de 2014, após o pagamento total das multas.

Hoje, 4 de Novembro de 2014, Elias Batano decidiu chegar tarde no trabalho porque precisava comprar um outro telemóvel, visto que o antigo tivera sido confiscado pelos agentes da Polícia Nacional. Adquirido o novo telemóvel e um cartão SIM, mesmo antes de ir ao trabalho, o jovem Batano resolveu chegar em casa, onde foi informado que quatro homens, fisicamente de grande porte (caenches), estiveram em sua residência quando eram 10 horas.

Os mesmos faziam-se acompanhar de várias fotografias do jovem e algumas informações pessoais, como o nome, e entrando no quintal do jovem, questionaram as pessoas que estavam presentes. Os quatro homens insistiam ao rapaz que encontraram para que falasse a verdade sobre o verdadeiro nome completo de Elias Batano, e se o mesmo realmente pertence ao Movimento Revolucionário Angolano.

Em contrapartida, aliciaram ao rapaz de que se falasse a verdade, dar-lhe-iam dinheiro e pagar-lhe-iam as propinas de qualquer curso técnico à seu gosto. Não sabendo, o jovem foi incapaz de providenciar informações.

Os vizinhos informaram ao jovem activista cívico, Batano, de que os mesmo homens desconhecidos já estiveram a sua procura na noite anterior, tendo mesmo chegado até ao portão do seu quintal, quando se passavam das 21 horas, e o portão já encontrava-se trancado.

Elias Batano também foi informado que os senhores designaram um militante do MPLA, residente na mesma rua, a fim de recolher todas informações sobre o mesmo, principalmente relacionadas com o seu envolvimento com o Movimento Revolucionário.

Batano anunciou que teme pela sua vida, sendo que a sua segurança encontra-se comprometida, com a presença de homens desconhecidos em sua residência.