Luanda - Quidi, quidi; quididi, quididi. Diba, diba; dibala, dibala. A verdade não se confunde com o lugar. A palavra e a calvice, não são a mesma coisa. A verdade e os factos dependem da argumentação... Filosofia Angolana-Ambundu Escrever ou falar em público é sempre um risco, por seremos entendidos bem ou mal, para tal, importa que o destinatário da mensagem tenha capacidade de descodificação holística da mensagem. Ouvimos, vimos e lemos mensagens tão “corrosivas” por terem uma carga subjectiva ou até mesmo ignorância conceptual. Disto, nasce a jactância de escrever, falar ou aparecer não para utilidade social, científica ou política, mas como egoísmo do comunicador, para atingir fins pessoais, pouco interessa os alvos, sejam colegas, adversários ou público. Para tal importa conhecer os nossos adversários ou destinatários da mensagem, autores que citamos e o contexto geográfico, político ou cultural, especial ou geral para se atender o fim ou teleologia.

 

Fonte: Club-k.net

Club K e o Facebook tem democratizado a interacção do debate publico

É preciso escrevermos para ensinar, questionar ou informar. Para tal quem ensina deve ser original, citar bem ou respeitar o direito intelectual. Pois, não inventamos a pólvora, ela já foi inventada pelos chineses! Diriam os latinos: Qui bene interrogate, bene docet ou quem bem questiona, bem ensina...

 

Tem sido comum, constatarmos textos com teor “insolente, ignorante, arrogante e insultuoso” cujos autores procuram alcançar notoriedade por via do insulto ou insolência contra cidadãos honrados ou presumíveis inocentes e titular de cargos públicos, ligados à maioria ou servidores públicos civis ou militares, cujo objectivo é ridicularizar, desacreditar os destinatários para intimidá-los publicamente. Ora, «uma mentira dita várias vezes, passa a ser uma verdade.» Como dizem alguns. Diziam os latinos quis tacet consentit ou quem cala consente. Mas isto, não é uma verdade absoluta, é relativa. Devemos todos partir do princípio da boa- fé, presunção da inocência e confiança, Quando alguém se cala, pode ser para manter a honra, não se envolver em polémica, por ter um character.

 

introspectivo, reservado ou tímido. Os autores da gesta “insolente”, fazem-no, Pelas seguintes razões: • • • Ora o debate público deve ser caracterizado pela deontologia cívica ou o respeito e consideração pelos outros, argumentando com a coerência intelectual o que implica respeito pela ética académica ou pela dignidade dos outros. A liberdade de quem” insulta, mente”, omite intencionalmente para atingir-se objectivos ínvios o que, implica descredito dos intelectuais e, quando se faz uma afirmação escrita devemos assumir as consequências. Vemos que os que defendem ideias sobre as instituições ou seus ideais políticos, lealdade com a sua hierarquia política, são designados ou qualificados de “bajuladores, lambe botas, bocas de aluguer” e são ameaçados ou coagidos para não expressarem a sua opinião pública, sobre os seus ideais ou valores.

 

É curioso, constatar que se o ofendido reage, acusa-se de que há uma “ditadura, falta de liberdade de expressão”, quando esta tem como limite o direito de todos ao bom-nome, imagem, honra e à reputação, imagem e à reserva da intimidade da vida privada e familiar, a protecção da infância e da juventude, o segredo de Estado, o segredo de justiça e o segredo profissional e demais garantias regulados por lei, preceitua o n.o 3 do artigo 40.o da Constituição Angolana. Ora, tais comunicadores esquecem- se que a sua honra deve ser equiparada à dos outros. A nossa liberdade termina, onde inicia a liberdade dos outros, segundo a doutrina da moral Kantiana. No entanto, se aqueles são “bajuladores” o que serão os outros ou os que se opõem? Então defender o correcto ou em que se acredita implica bajulação? E aquele que contraria também não o será, para o seu líder? Diz-se quem quer ser respeitado, deve respeitar os outros. Quem quer ser líder, deve respeitar os líderes do seu tempo. Se assim não for, teme- se o porvir quer as elites no poder ou os que almejam, isto pode ser perigoso para a confiança no sistema político.

 

Eis uma das causas de falta de credibilidade nas instituições africana, pois, teme-se a descontinuidade Criar factos para chamar atenção ou desviar Notabilizar-se como temerário junto do grupo social Vanglória para actos de heroicidade gratuita • Pretender vitimizar-se quando o ofendido utilizar os meios de defesa da honra, bom-nome, privacidade, difamação ou injúria, direitos constitucionais. e a consequente insegurança social e política. A alternância implica um código de conduta expresso pela constituição formal ou material e pela moral. Quem se preza como jurista, sociólogo, politólogo, historiador ou intelectual, deve saber analisar as instituições sociais que nunca se desvinculam dos seus actores, os homens e mulheres, jovens, velhos e crianças. São as pessoas que as criam e as extinguem por lei ou convenção. Quem deseja o poder ou anseia o poder e não sabe fazer pactos ou consolidá-los pela cortesia ou urbanidade, nunca será líder segundo Maquiavel.

 

Os mesmos que se dizem ser democratas não aceitam quando são respondidos ou processados, procuram desviar a atenção com textos de duvidosa credibilidade, erram e não se calam e, nem sentem pudor sobre a sua ignorância ou desconhecimento e nem querem aprender e apreender_ o que tanto gosto... só respondo os adversários que pela formação ou profissão devem saber os conceitos, não respondo provocação, irracional ou afirmações absurdas ou ilógica quer ideológica, histórica ou politicamente! Uns até acusam os outros de terem tido militância inexistente, quando se fizer um recuo na história, ser membro de um partido implica formalidade de inscrição ou convívio histórico ou ideológico que tem sempre registo documentais por descrever homens, para tais equívocos, não merecem resposta, diriam os latinos: venire contra factum proprium é uma contradição, basta questionar a idade, familiar e local onde nasceu e se alguma vez viveu numa zona controlada. São os mesmos que não toleram a diferença e lamentam quando se auto- excluem com tais afirmações que manifestam menoridade intelectual ou mesquinhez... As palavras são como o fogo e a água, queimam ou apagam, salvam ou matam, consoante o estado dela, manifestam sabedoria ou fazem apologia à ignorância, vão e não regressam, podem ser-nos devolvidas, segundo Abaté Bá o sábio griot.

 

Há uma cultura de negação histórica quando convém. Sempre que se faça lembrar o que ocorreu, sobre o estádio de desenvolvimento do País, acusa-se de “intolerância, atentado à reconciliação nacional”, mas se falam sem provas, ofendem pessoas, difamam, desrespeitam titulares de órgãos de soberania que muito se bateram-se, para atingirmos o nível de estabilidade e respeitabilidade que Angola atingiu, já não interessa ou seja a verdade e a honra é só para quem pertence às minorias ou oposição? Eu gosto do debate e sempre que haver necessidade eu participo e, não me intimido. Mas devemos todos assumir as responsabilidades.

 

Quem escreve ou fala, discursa para o público deve medir as consequências dos efeitos das suas ideias sejam boas ou más, aceites ou rejeitadas e de grupos maioritários ou minoritários, mas é o risco de quem escreve, alguns sem a dignidade moral, utilizam o anonimato para criar dúvidas ou desacreditar os adversários. Quando escrevo assumo as minhas responsabilidades e não me vitimizo e assumo as consequências.

 

O Club K e o Facebook tem democratizado a interacção do debate público de quem gosta de participar, embora seja muito cauteloso em relação ao facebook, no entanto a História da Comunicação Pública, nunca foi a mesma desde que o Club K, surgiu no início do presente século. Todos debatem, emitem opiniões sobre matéria de diversa índole, com o risco até de defesa de valores que são perigosos aos valores da segurança e justiça, como acusações anónimas sobre matérias reservadas, desrespeito pela segurança nacional. São excessos que podem ser solucionados quando haja divulgação da comunicação com responsabilidade, para tal importa que os órgãos de justiça e policiais sejam actualizados com anova realidade sobre a comunicação pública dos cibernautas. Desde da primeira hora, sempre escrevi no Club K, quer como finalista e monitor e depois como assistente em Lisboa, depois em Luanda como Director Nacional dos Direitos de Autor e Conexos do Mincult, sempre utilizei o Jornal em papel e o electrónico ou digital para difundir a cultura, por isso, nestes catorze anos de comunicação pública, nunca o fiz para alcançar fama ou protagonismo, fi-lo por acreditar na liberdade, cultura e responsabilidade.

 

Felicito o Club K, neste aniversário, no entanto recomendo o respeito pela legalidade constitucional e ordinária e aos bons costumes. Utilizando esta instituição para conciliar os angolanos, sem prejuízo das diferenças no âmbito do respeito reciproco. Assim fazendo, pereniza-se como instituição quer na sociedade angolana quer além fronteira.

Bem-haja