Luanda – Declaração proferida nesta segunda-feira, 10, pelo secretário provincial da UNITA no Huambo, sobre o 11 de Novembro.

Liberty chiyaka.jpg - 38.59 KBDECLARAÇÃO SOBRE 11 DE NOVEMBRO DE 2014

1. O Comité Provincial da UNITA no Huambo saúda o povo angolano de Cabinda ao Cunene e do Lobito ao Luau, em particular o povo do Huambo, pela comemoração do 39º aniversário da Independência de Angola.

2. O 11 de Novembro de 1975 constitui um marco histórico no longo processo de luta dos angolanos para a sua afirmação, autodeterminação e o culminar dos esforços multifacetados para inserção de Angola no contexto das nações soberanas.

3. Angola e os angolanos exigem e merecem viver a Independência conquistada há 39 anos reflectida nas suas vidas e no exercício pleno de direitos inerentes à sua cidadania. É o que tem faltado aos angolanos, fazendo com que os participes da epopeia que conduziu o país ao 11 de Novembro de 1975, quer estejam filiados na Frente Nacional de Libertação de Angola – FNLA, no Movimento Popular de Libertação de Angola – MPLA e na União Nacional para a Independência Total de Angola – UNITA, quer estejam noutros Partidos ou sejam apartidários, a reconhecerem que não foram alcançados na sua plenitude os objectivos pelos quais lutaram contra o colonialismo português. Bem haja o 11 de Novembro!

4. O Comité Provincial da UNITA no Huambo entende que a Independência não se deve resumir a presença no palácio presidencial de um presidente angolano, uma bandeira e um hino nacional. A Independência de um país e do seu povo encerra um significado mais profundo e amplo com reflexos reais no quotidiano das pessoas e na melhoria tangível das suas condições de vida.

5. Angola e os angolanos alcançaram, simbolicamente, a Independência política; libertamos o povo da Sub-jugação colonial, mas ainda não libertamos o povo das amarras da miséria, da pobreza, da fome e do analfabetismo, das desigualdades sociais, da discriminação, da exclusão política e social. A concertação política e social deve ser a palavra de ordem. A luta pela igualdade final, a generalização da prosperidade, da saúde, da educação e da felicidade, devem ser a nossa ambição nacional.

6. Por ocasião do 39º aniversário da Independência de Angola, o Comité Provincial da UNITA no Huambo convida os angolanos a reflectirem profundamente sobre o rumo que o país tem conhecido sob a Governação política do MPLA.

7. O Comité Provincial da UNITA no Huambo constata que não obstante o discurso político oficial, o País continua a viver o espectro da exclusão que se implantou na véspera e durante a proclamação da Independência, pelo Dr. António Agostinho Neto. Os angolanos não gozam todos das mesmas prerrogativas legais. O exercício de direitos políticos, sociais e económicos ainda obedece o critério partidário, tendo primazia aquele que pertencer ao partido no poder. Não é por essa Angola que exclui os seus filhos do pleno exercício de cidadania que os nossos antanhos e heróis sacrificaram as suas vidas.

8. Volvidos 39 anos sobre aquela data em que Angola nasceu é uma constatação que a pobreza extrema, a corrupção, a injustiça social, as assimetrias regionais, a falta de condições sociais básicas como água potável, energia eléctrica, assistência médica e medicamentosa e um sistema de educação e ensino de qualidades constituem os inimigos actuais contra os quais angolanos devem manter-se unidos e decididos a lutar.

9. À crise social e económica acresce-se a orientação monolítica que tem conduzido as políticas nacionais, mais viradas para a satisfação de minúsculos grupos de famílias em detrimento da grande maioria de angolanos.

10. O Comité Provincial da UNITA no Huambo reafirma a sua firme convicção de que não sendo esta Angola actual pela qual muitos patriotas angolanos se sacrificaram nas cadeias da PIDE DGS, na clandestinidade e nas matas, torna-se imperativo nacional os angolanos se unirem em torno do movimento da mudança que Angola clama.

11. O Comité Provincial da UNITA no Huambo exprime a sua determinação de continuar a trabalhar em conjugação de esforços com todas a forças vivas para que Angola se torne no Estado democrático e de direito com que todos sonhamos, unido e reconciliado, livre do medo, livre da pobreza, livre da corrupção, livre de injustiças, livre da exclusão política e social e igual para todos.

12. Comité Provincial da UNITA no Huambo apela ao Governo actual a empenhar-se verdadeiramente na resolução dos problemas básicos que assolam os angolanos e a olhar para todos como filhos com direitos iguais consagrados na Constituição da República de Angola.

13. Os actos de intolerância política e hegemonismos baseados na crença de que alguns angolanos são superiores aos outros, a violação dos direitos humanos sob o olhar sereno e impávido das autoridades traduzem um défice do Estado democrático de direito que urge ultrapassar, bastando haver vontade política.

14. É triste, dura e vergonhosa a realidade de Angola:
a. Angola está entre os cinco países mais corruptos do Mundo,
b. Angola tem a terceira maior taxa de sinistralidade do mundo,
c. Angola é o País com a terceira maior taxa de sub-nutrição,
d. Angola não conta com nenhuma Universidade entre as cem melhores de África,
e. Angola está entre os 20 Países com maior índice de consumo de bebidas alcoólicas,
f. Angola ocupa o segundo pior lugar do ranking mundial em termos de mortalidade infantil,
g. Angola tem mais de 50% da população a viver na pobreza,
h. Angola tem mais de 60% da população activa desempregada,
i. Angola está entre os 20 Países menos seguros do Mundo,
j. Angola está entre os 5 Países menos livres do Mundo,
k. Angola está entre os 10 Países menos prósperos do Mundo.

Esta triste realidade representa a incompetência de um Governo fracassado nos objectivos e esgotado nas soluções. Nada nos impede e tudo nos obriga a implantar em Angola o mais moderno e autêntico regime democrático e fazer do povo Angolano um dos mais prósperos e felizes do Mundo.

Juntos podemos e unidos venceremos!

Huambo, aos 10 de Novembro de 2014

O Comité Provincial do Partido no Huambo