Uíge - O Tribunal Militar da Região Norte, no Uíge, está a julgar um tenente-coronel das Forças Armadas Angolanas, acusado de ter praticado o crime de ofensas e ameaças a superior hierárquico, previsto e punível na Lei dos Crimes Militares.

Fonte: JA

Victor Cristina Manuel, de 46 anos de idade, exerce a função de chefe adjunto da Repartição de Inteligência Militar Operativa (IMO) no Comando Geral da Região Militar Norte e é acusado de ter emitido, no dia 14 deste mês, mensagens contendo ofensas e ameaças ao tenente-general David Manuel Cavanda, comandante da Região Militar Norte, usando como recurso a Internet, da conta do acusado para o correio electrónico do ofendido.


O caso deu-se poucos dias depois do comandante da Região Militar Norte, tenente-general David Cavanda, ter nomeado um novo chefe para a Repartição da Inteligência Militar Operativa (IMO), onde o oficial superior Victor Cristina Manuel é adjunto, em substituição do falecido dirigente daquele departamento.

De acordo com o Tribunal, houve descontentamento do réu pela nomeação de uma outra pessoa para o cargo que ele almejava. Na primeira sessão do julgamento, na sala de reuniões do Comando da Região Militar Norte, Victor Cristina Manuel, interrogado pelo juiz, coronel Pinto Gonjo, negou ter sido ele o autor das mensagens ofensivas enviadas ao comandante David Manuel Cavanda, apesar de o Tribunal apresentar as imagens e o número do telemóvel extraídos do correio electrónico da pessoa ofendida.

Victor Cristina Manuel declarou que alguém de má-fé usou a sua conta do correio electrónico para emitir tais mensagens. O a­cusado acrescentou que a maior parte dos colegas da sua repartição conhece a palavra-chave do seu correio electrónico, tendo citado os capitães Leonel e Gomes, o primeiro-sargento Nildo e os primeiros cabos Tumba, Jaime e Calei, como os possíveis infractores.


Interrogado pelo Procurador Militar, coronel José Maria Manuel Táti, o acusado afirmou que apesar de saber que “palavra-chave” significa “código secreto”, revelou a mesma aos colegas por questões de confiança.

O julgamento ficou suspenso, a pedido da defesa, para se prosseguir as investigações junto dos citados nos autos.