Luanda – O partido MPLA-JES está reunido em Congresso. Que futuro para  país e para os cidadãos?

Fonte: Club-k.net
Volvidos mais de 39 anos de poder, os ainda actuais detentores do poder político em Angola - o Mpla-JES, ainda não compreenderam que o que verdadeiramente precisamos é de educar a juventude de acordo com as necessidades da civilização moderna, assente na educação cívica, nos valores da democracia e na Declaração Universal dos Direitos do Homem.

O pseudo enciclopedismo superficial que a nomenclatura ostenta já não satisfaz as exigências de hoje. Esse Congresso do MPLA, devia perceber que o seu presidente, em vez de atulhar as memórias dos congressistas, da juventude e da sociedade com uma multidão de coisas variadíssimas, deveria ter por desiderato o mais importante para Angola, porque geradora de paz: o desenvolvimento das faculdades morais, intelectuais e manuais da juventude que o país bem carece e, com o mínimo de ideias feitas e/ou soltas.

Não é amontoando muitas pedras e pedras diversíssimas, que se arquitecta um belo templo. Do acúmulo de matérias e elementos distorcidos no discurso do PR. JES na sessão de abertura do seu Congresso anulou precisamente o essencial, que é o interesse geral de todos os cidadãos.

Não é por acaso que no decurso do longo, fastidioso e monótono discurso proferido na sessão de abertura pelo seu Presidente, muitos delegados preferiram dormir... As políticas gerais para bem governar Angola, devem formar-se segundo os interesses das pessoas, dos cidadãos e do país, e sem relação de nenhuma espécie com as clientelas políticas do país e/ou de ocasião.

O desenvolvimento da aptidão de se governar o indivíduo a si mesmo, e  portanto, o sentimento da responsabilidade, é característica supremacial que deverá caracterizar o discurso político, a sociedade e o nosso sistema de educação. O actual sistema monitorial da sociedade falhou.

O princípio da vigilância é secundário nas democracias porque nessas, cada pessoa, está incumbida de uma responsabilidade social e de plena cidadania. Hoje, é o regime do MPLA,  único responsável pelos impulsos reais das insurreições, porque seu método de acção assenta na tirania, fome, miséria e na "desesperação".

Sem solidariedade para com os excluídos, para com os pobres, deserdados, espoliados, desempregados enfim, para com os que sofrem neste sistema de governação do MPLA-JES, como, com quem pretender acabar com o espírito de revolta da juventude patriótica e/ou do heróico  povo de Angola?

Não subscrevemos a ideia de SCHIEIERMACHER, que «o indivíduo deve ser educado para uma sociedade determinada» (Erziehungslehre, 3ª edição, Langenssalza, 1902, p.45), mas que o nosso edifício social deverá ser erguido no consenso, na transparência, na lei democrática e, em função das circunstâncias decorrentes da história dos insignes maiores e dos povos de Angola.

Denunciamos a política de carneirismo e de pseudo cidadãos que este Congresso pretenderá impor, pelo absolutismo, autoritarismo e nepotismo para se estribar a "fidelidade" da vassalagem ao CHEFE!
 
*Docente universitário e Presidente do I.D.D