Lisboa - Um cidadão português baseado em Joanesburgo, Joaquim da Silva Augusto que na década passada prestou serviços ao regime angolano escreveu uma carta aberta ao Presidente José Eduardo dos Santos reclamando o incumprimento de dividas.
Fonte: Club-k.net
Joaquim Augusto alinhou-se depois ao regime
O referido cidadão é proprietário e piloto do avião que se despenhou na Jamba de Jonas Savimbi, a 27de Setembro de 1989 e no qual o português João Soares (filho do antigo presidente Mário Soares) ficou gravemente ferido
Na carta enviada a JES, este piloto reformado menciona um encontro que teve no “Safari Hotel”, na capital Namibiana em que foi recebido pelo general Fernando Miala que lhe deveria marcar uma audiência com o também Presidente do MPLA.
Joaquim da Silva Augusto recorda ao Presidente que “o encontro com Sua Excelência, para o qual me convidaram, não se realizou. E nem uma explicação foi dada. Nos últimos anos, enviei ao Senhor Presidente varias missivas, pelos mais variados canais, por forma a tentar resolver o assunto do pagamento das vossas dividas e nunca recebi resposta alguma de V. Excelência.”
“Hoje, analisando bem as coisas a esta distancia, acredito que o Sr. Presidente e aqueles que lhe são mais próximos não tem, ou nunca tiveram, interesse em pagar o que os serviços encomendados me ficaram a dever, uma vez que essa era vossa pretensão inicial e depois porque deixei de ser útil à prioridade "vitalícia" do MPLA para Governar Angola”, deplorou.
Joaquim da Silva Augusto fala também de artigos de calúnias e difamação publicados recentemente pelo Jornal de Angola na qual acredita terem sido orientados pelo próprio regime para manchar o seu nome.
De acordo com o mesmo “no que concerne aos falsos artigos sobre a minha pessoa, publicados recentemente no órgão governamental, Jornal de Angola, por um jornalista de nome, Artur Queirós, devo dizer que estou certo de que o mesmo terá́ sido instruído para assim o fazer, escrever falsidades de há́ 25 anos”, escreveu lamentando que “o mesmo escriba chegou ainda ao cúmulo de acusar-me de envolvimento em negócios ilícitos de droga”
“Como é do perfeito conhecimento de V. Excia, tal acusação é falsa e deverá ter sido encomendada para algum fim pois, tanto quanto sei, a nossa sociedade comercial foi na altura criada com o objectivo de retirar o abastecimento de viveres à UNITA de Jonas de Savimbi, seu beligerante, para passar a abastecer as suas próprias Forças Armadas”, lembrou.
De lembrar que o diferendo que este cidadão português Joaquim da Silva Augusto tem com o governo angolano levou com que em 2005, um tribunal sul-africano orientasse aprendido no aeroporto de Joanesburgo um Boeing 747 das linhas aéreas angolanas TAAG.
Na altura dos factos, Joaquim da Silva Augusto alegava em documentos apresentados à Justiça sul-africana que a empresa estatal angolana Sacilda (Sociedade Angolana de Comércio Internacional Lda.) lhe deve mais de 3 milhões de randes (cerca de 390 mil euros), que se recusava a pagar apesar de condenada por um tribunal da Namíbia, país onde o queixoso residia e onde alegadamente a dívida deveria ter sido saldada.
Joaquim Augusto disse à imprensa, na altura, que um tribunal da Namíbia lhe deu razão, em 1999, na queixa-crime que moveu contra a Sacilda, mas que o dinheiro em dívida nunca lhe foi pago.
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