Luanda - Paula Evaristo, uma jovem estudante de Direito no Lubango foi eleita no passado dia 3 de Janeiro como lider do Núcleo Provincial da 4As-Associação de Apoio de Albinos de Angola na província da Huila.

Fonte: 4As

A margem deste primeiro encontro Encontro de Dinamização e Estruturação da Associação foi emitido um comunicado de imprensa cuja integra publicamos.

COMUNICADO DE IMPRENSA

No dia 3 de Janeiro de 2015, cerca 53 participantes, sendo 32 homens e 21 mulheres, dos quais 30 com albinismo e 23 sem albinismo estiveram reunidos no auditório da Emissora Provincial da Huíla com a seguinte agenda: i) apresentação, expectativas e motivações dos participantes; ii) o albinismo em África e suas implicações; iii) informação sobre a Associação 4As no País e na província da Huíla; e, iv) estruturação e eleição do Corpo Directivo do Núcleo da Associação na província da Huíla. No final do encontro os participantes deliberaram o seguinte:

1. Que o encontro teve a presença de pessoas com e sem albinismo, de homens e mulheres de diferentes faixas etárias, de diferentes sensibilidades profissionais, educacionais, culturais e sociais, o que constitui uma riqueza na diversidade, e sentimento de auto - afirmação e solidariedade entre e para com as pessoas com albinismo;

2. Reafirmaram que, o albinismo não afeta a capacidade de o indivíduo desenvolver-se intelectual e socialmente, podendo ele ter uma vida totalmente normal tanto no campo pessoal quanto profissional. Para que o indivíduo albino ou albina possa ter uma vida normal e saudável faz-se necessário apenas que sejam tomados os devidos cuidados com a pele, e que a ele seja proporcionado o acesso a recursos ópticos que o ajudem na sua deficiência visual;

3. Expressaram que a condição de albino/na é também associada a crenças, tabus, preconceitos e estereótipos, alguns deles pejorativos, que têm impacto menos bom no desenvolvimento emocional das pessoas com albinismo;

4. Concordaram que o impacto das dificuldades que as pessoas com albinismo enfrentam é diferenciado em função do género, da faixa etária e da condição sócio económica de cada albino/na ou da família;

5. Do debate sobre o albinismo e suas consequências em África, concordaram que, a dimensão cultural – crenças, tabus, estereótipos e preconceitos – sobre albinismo têm um peso muito grande no pensar, na atitude e no agir dos homens e mulheres em relação aos albinos/nas, cujas consequências negativas têm sido dramáticas em alguns países de África;

6. Expressaram a preocupação em relação a condição social, económica, psicológica, educacional extremamente precária em que se encontram muitos/as pessoas com albinismo na província da Huíla;

7. Expressaram a disponibilidade em cooperar com as instituições de direito, sobretudo as do Estado, com vista a conhecer, diagnosticar, planificar e responder aos problemas mais urgentes que as pessoas com albinismo atravessam nesta região;

8. Expressaram a necessidade de se divulgar mais informação, conhecimento e promover estudos, pesquisas e debates sobre a questão de albinismo, com vista a ajudar as famílias, as comunidades, as instituições e a sociedade a compreender melhor e saber lidar com esta realidade;

9. Expressaram a necessidade da auto organização e auto ajuda de e entre albinos e não albinos, da solidariedade, da partilha de experiências e vivências com vista a mitigar as barreiras psicossociais;

10. Expressaram o interesse em promover a Associação na província da Huíla em prol da causa e dos direitos das pessoas com albinismo, mormente a necessidade de se dinamizar a expansão da 4As nos diferentes municípios e outras localidades da província;

11. Entre outras, estruturaram o funcionamento do Núcleo da 4As na província da Huíla por grupos temáticos, designadamente: Assistência Jurídica; Saúde da Pele; Visão; Educação Escolar; Assistência Psicossocial; e, Comunicação e Imagem;

12. Elegeram o Conselho de Direcção do Núcleo da 4As na província da Huíla liderado pela Senhora Paula Evaristo, estudante do Curso de Direito numa Universidade da cidade do Lubango;

13. Concordaram que a 4As na província deverá trabalhar no estabelecimento de relações de parcerias com diferentes instituições do Estado/Governo, Sector Privado, Sociedade Civil, Instituições Religiosas, doadores e financiadores em prol da causa e dos direitos das pessoas com albinismos;

14. Concordaram que a 4As na província deverá trabalhar para influenciar políticas públicas, práticas e atitudes que tenham em conta a situação particular do albinismo no contexto individual/pessoal, na família e na comunidade.

15. Congratulam-se com o apoio do Governo através da Direção Provincial da Saúde da Huíla que concedeu uma sala para consultas da pele às pessoas com albinismo no Hospital Regional Dr. António Agostinho Neto no Lubango;

16. Agradecem o apoio prestado pela Emissora Provincial da Huíla com a cedência do auditório, a divulgação e cobertura do evento, tal como foi a Rádio 2000 – Comercial no Lubango na realização deste encontro;

Lubango, 3 de Janeiro de 2015.

OS PARTICIPANTES