Luanda - Os desentendimentos existentes nas relações entre Angola e Portugal são problemas artificiais criados por determinados sectores políticos bem identificados nos dois países, afirmou nesta segunda-feira, 12, em Luanda, o embaixador de Angola em Portugal, José Marcos Barrica.

Fonte: Angop
marcos barrica2.jpg - 22.40 KBEm declarações à imprensa, no âmbito da visita de três dias que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, iniciou nesta segunda-feira ao país, o diplomata disse que os mentores da situação são pessoas que não pretendem ver uma cooperação sadia entre os dois estados.

“Depois de uma série de desentendimentos ou incompreensões que foram acontecendo, há neste momento um esforço conjugado para ultrapassar a situação”, disse o embaixador, sublinhando que a visita do governante português demonstra o interesse e o desejo de relançar a cooperação entre os dois países e povos.

“O que importa neste momento é a vontade que existe por parte das instituições dos dois estados em ver relançada a cooperação, para que no devido tempo voltemos ao caminho da busca de parcerias estratégicas entre Angola e Portugal”, frisou.

Marcos Barrica disse que, do ponto de vista das relações económicas entre empresários e homens de negócios de Angola e de Portugal, tais desacordos nunca se colocaram porque estes sempre estiveram equidistantes das questões de natureza política.

Neste sentido, indicou que os homens de negócios têm vindo a realizar os seus trabalhos no âmbito das associações existentes e das câmaras de Indústria e Comércio, tendo anunciado a realização de uma conferência empresarial de Angola e Portugal ainda este ano, para troca de experiências.

Por outro lado, realçou a cooperação existente entre as universidades dos dois países, tanto a nível de docência como de trabalhos de investigação e troca de informação científica.

As relações político-diplomáticas e de cooperação entre Angola e Portugal datam da década de 70 e, actualmente, incidem nos sectores da Educação, Saúde, Interior, Ciência e Tecnologia, Sociocomunitário e com um grande pendor na área empresarial e comercial.

Outrossim, o embaixador de Angola em Portugal disse que a presença da comunidade angolana em terras lusas tem diminuído, devido à crise económica e social que se regista naquele país europeu. “Neste momento nota-se uma diminuição da presença da comunidade angolana em Portugal em relação a 10 anos atrás”, assinalou o diplomata, precisando que dos cerca de 120 mil angolanos que residiam naquele período, hoje conta-se, mais ou menos, 45 mil pessoas.

Marcos Barrica indicou que os angolanos em Portugal enfrentem os mesmos problemas que os nativos vivem, dai a opção pelo regresso voluntário ao país de origem de muitos cidadãos, por considerarem Angola como melhor país para morar.