O Chefe de Estado, no seu discurso dirigido ao corpo diplomático disse que “a crise financeira internacional e a recessão que afectam as economias mais desenvolvidas do mundo já atingem todos os países...”.

O deputado Norberto dos Santos “Kwata Kanawa” considerou que o Presidente da República “tem uma visão realista, porque não somos uma ilha, somos um país que vive de importações”.
O também secretário para informação do MPLA disse que Angola vai sentir esta crise sobretudo na aquisição de materiais de construção e na importação de produtos de que Angola é dependente de outros países.

Já no capítulo de exportação, o deputado Kwata Kanawa considerou que os países importadores do petróleo angolano não vão ter a mesma capacidade de aquisição a dos anos anteriores.
O deputado da UNITA, Silvestre Gabriel Sami, disse que “foi muito bom o Presidente da República ter vindo a público e reconhecer que a crise financeira internacional afecta também Angola, mais vale tarde do que nunca”. O deputado afirmou que quando a proposta de revisão do Orçamento Geral do Estado chegar à Assembleia Nacional o seu partido vai tomar uma posição, sem revelar se vai votar a favor ou contra.

O Presidente da República, perante os diplomatas acreditados no país, sublinhou que “o carácter global das relações económicas internacionais determina que, directa ou indirectamente, em maior ou menor escala, estando ou não no apicentro da crise, nenhum país pode escapar dos seus efeitos”.

Nesta crise, de acordo com o Chefe de Estado, há uma lição que se impõe “é que a crise não é uma sina dos pobres; a falta de boa governação e a transparência, assim como a corrupção, não são uma insuficiência exclusiva dos países menos desenvolvidos. São insuficiências e males que existem em todas as sociedades”.

O deputado Ngola Kabango é de opinião que o “Chefe de Estado foi muito feliz nas suas declarações porque a crise afecta realmente todos os países”. O presidente da FNLA disse que o seu partido só vai votar a proposta de revisão do Orçamento desde que o OGE privilegie a promoção dos angolanos no sector social, com ênfase na educação, saúde e emprego.

O líder da Nova Democracia, Quintino Moreira, considerou o discurso do Presidente da República como sendo “excelente e visionário” e advogou a necessidade de Angola trabalhar mais nas questões de transparência e boa governação. O deputado apelou a que o Estado evite efectuar despesas desnecessárias.

Fonte: JA