Lisboa - A TAP vai restringir a venda de bilhetes em Angola devido à escassez de dólares.

Fonte: SIC

O país, altamente dependente da exportação de petróleo, está a sofrer com a desvalorização do produto.

Entram cada vez menos dólares em Angola, o que faz com que as empresas internacionais não consigam trocar a moeda local ou a troquem por valores mais baixos porque o kwanza está em queda.

Angola é o principal mercado externo de Portugal fora da Europa, e qualquer embate na sua economia significa uma onda de choque nas empresas portuguesas. E, neste momento, conforme constata uma análise recente do angolano BAI Europa, “a alteração verificada até ao momento nos mercados petrolíferos é já suficiente para acarretar sérias implicações sobre a actividade económica do país”.

O mesmo relatório destaca que este é o “segundo choque externo, de grande amplitude, após o choque sofrido no final de 2008, desencadeando um efectivo cenário de stress”.

Nessa altura, e após o acordo de reestruturação de dívida de Angola a Portugal ter sido renegociado em 2004, verificou-se um enorme aumento no atraso dos pagamentos às empresas portuguesas, provocado pela quebra nas receitas e na entrada de divisas (dólares).

Apesar de Angola está hoje mais bem equipada para uma descida do preço do petróleo do que em 2009 (nomeadamente ao nível do volume de reservas em moedas estrangeiras) e aplicar medidas, como a diminuição dos subsídios aos combustíveis, não conseguirá evitar a existência de um choque.