Lisboa – A atitude identificada na ação do  Presidente José Eduardo dos Santos (JES) em recuperar ultimamente antigos governantes que no passado tiveram problemas ou que estiveram envolvidos em escândalos de corrupção está  a ser interpretada  em meios com apurada capacidade de análise  como indicador  de que o mesmo esteja “sem alternativas”  acreditando que neles  estará a solução para melhor performance governativa.

 Fonte: Club-k.net

PR  vira-se para  dirigentes com  antecedentes 

A  “evidência”  mais recente do “défice de alternativas” de JES, aconteceu a cerca de 10 dias  quando assinou o  Decreto Presidencial n.º 34/15 para nomear  José Pedro de Morais Júnior para o cargo de Governador do Banco Nacional de Angola. 

Este antigo ministro das finanças, apesar de ser um tecnocrata com predicados próprios, esteve alguns anos afastado no seguimento de divergências que resultaram no vazamento de  acusações  de descaminhamento de fundos públicos.

Morais  Júnior foi agora recuperado como alternativa a José de Lima Massano  que se recusara em mexer nas reservas especiais do BNA adiantando a sua demissão.

Uma cronologia baseada no registro da alegada “falta de alternativa” de JES, recorda que em 2012, quando  o sector da comunicação social, sob liderança da então Ministra Carolina Cerqueira estava em crise, o Estadista teria recorrido ao antigo titular Manuel António Rabelais a quem o PR,  o nomeara - através do Despacho Presidencial n.º 66/12 - como  Director do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA). 

O GRECIMA é o órgão que opera na esfera da Presidência da República. Na véspera das eleições de 2012, era através desde órgão que a comunicação social estava a ser monitorizada.  Porém seria a Julho de 2014, que através do Decreto Presidencial n.º 186/14, que o Chefe de Estado nomearia Manuel António Rabelais para o cargo de Secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República. 

O  executivo angolano tem um  ministro da comunicação social,  José Luís de Matos que é tido como decorativo. Todavia,   é, Manuel  Rabelais que na pratica controla e acompanha os órgãos públicos de informação.

Outra recuperação de quadro antigo aconteceu em Novembro de 2013, quando o Chefe de Estado através do  Decreto Presidencial n.º 181/13, nomeou   André Luís Brandão para o cargo de Secretário para os Assuntos de Contratação Pública do Presidente da República.

André Luís Brandão,  foi Ministro dos Transportes durante 18 anos tendo sido afastado em Abril de 2008, no seguimento de crises cíclicas que se avolumavam no  sector e  agravadas com as quedas dos aviões vulgo “Antenov”.

Sobre este tema,   há conhecimento de comentários vindo das hostes da JMPLA suspeitando que o Presidente da República esteja “a esquecer a juventude e a apostar novamente nos veteranos que estão cheios de vícios”.