Lisboa – O antigo vice-reitor para os Assuntos Académicos e decano da Faculdade de Direito da Universidade Independente de Angola (UnIA), João Pinto Manuel Francisco, criticou severamente nesta quarta-feira, 28, na sua página de “Facebook”, o reitor da UnIA, Filipe Silvino de Pina Zau, por ter sido incapaz de organizar a cerimónia de outorga de diplomas aos milhares de alunos que já concluíram as suas formações naquela instituição de ensino privado.

Fonte: Club-k.net
JP e FZ.jpg - 60.84 KBNa nota de “desabafo”, o docente universitário escreveu o seguinte: “Hoje, a UnIA nem sequer conseguiu organizar a cerimónia pública de outorga de Diplomas de 2013, por violação do calendário da tutela!”.

O também vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA, João Pinto, foi mais longe em dizer que “para um Doutor Zau que se considera PHD e assessor do Ministro da Educação, mostrou claramente que ser pedagógico pode convir para o ensino primário ou médio, mas na Universidade implica cientifidade, humildade, debate permanente, liberdade e tradição!”

Já quase no fim do texto, o então consultor do ex-reitor, Carlos Burity, salientou que “volvidos um ano tenho a triste missão de escrever este texto e dizer que os órgãos nomeados então até agora não foram empossados, um dos vice-reitores, demitiu-se e os decanos foram exonerados, com o início do Ano lectivo de 2015, os certificados e diplomas foram assinados por órgãos ou titulares que nunca foram empossados e já foram exonerados quando o mesmo Reitor, nunca foi aprovado pela assembleia de accionistas!”

Agora resta a saber se o reitor da UnIA, Filipe Zau, irá responder o académico pela mesma via, ou se cumprirá o velho ditado francês que diz “Il faut répondre un imbécil avec le silence”. No entanto, eis na integra a polémica nota de João Pinto:

Faz hoje um ano desde que alertei o Reitor em exercício da UnIA, Doutor Zau sobre a ilegalidade dos seus actos em nomear e exonerar órgãos da Universidade que já existiam antes da sua indicação e sem homologação! Acto continuo, entreguei um Memorando sobre o risco de prejudicar o início do ano lectivo 2014.

Fui o primeiro Vice-Reitor para os Assuntos Acadêmicos, Decano da Faculdade de Direito e Consultor do Reitor anterior o Professor Doutor Carlos Burity, com quem trabalhei nove anos e meio, dos dez anos de História que ajudei a criar.

Alertei os órgãos competentes sobre o risco de se repetir o caso Uni-Lisboa de triste memória!

Fui impendido de aceder ao gabinete e fiquei com o computador bloqueado por ter recusado ocupar a proposta de dirigir o Centro de Investigação da UnIA que eu criara em 2011 e que esperava a alteração dos Estatutos da UnIA, foi preciso a intervenção do Dr Antônio Burity, permitindo que retirasse os meus documentos depois de reclamar a tutela. Agradeço a cortesia.

Fico triste e como dissera a Professora Josefa Neto, sapiente Mestra, "quem disse que você devia acumular tais funções quando tens tantas responsabilidades?" Se calhar com ingenuidade em acreditar que podemos apoiar para prestigiar e ganhar algum como Professor ou na actividade acadêmica!

Claro que, nunca deixei a minha dilecta Faculdade de Ciências Sociais da UAN, onde ensino Sistema Político Angolano, Direito Constitucional e Administrativo, há mais de onze anos!

Hoje, a UnIA nem sequer conseguiu organizar a cerimónia pública de outorga de Diplomas de 2013, por violação do calendário da tutela! Para um Doutor Zau que se considera PHD e assessor do Ministro da Educação, mostrou claramente que ser pedagógico pode convir para o ensino primário ou médio, mas na Universidade implica cientifidade, humildade, debate permanente, liberdade e tradição!

Até, como alguém que sempre trabalhou como professor e membro da Direcção académica fundadora, nem sequer fui convidado para o décimo aniversário da UnIA, na altura em que nem sequer o Doutor Zau passava pela UnIA.

Curiosamente como articulista do Jornal de Angola, devia ensinar ou dissertar como se pode afundar um Universidade no primeiro ano do seu mandato em exercício...

O compositor e letrista não coincide com o acadêmico?

Dediquei nove anos e meio com zelo e nunca tive um processo disciplinar. Deixei dois livros e uma Revista Científica!

Volvidos um ano tenho a triste missão de escrever este texto e dizer que os órgãos nomeados então até agora não foram empossados, um dos vice-reitores, demitiu-se e os decanos foram exonerados, com o início do Ano lectivo de 2015, os certificados e diplomas foram assinados por órgãos ou titulares que nunca foram empossados e já foram exonerados quando o mesmo Reitor, nunca foi aprovado pela assembleia de accionistas!
Quis iuris?

Demarco-me de injustiças, mas devemos informar com clareza. Lamento a frustração das expectativas de quem sonhou tudo seria possível...