Addis Abeba - O Vice-presidente da República, Manuel Domingos Vicente, reafirmou neste sábado, em Addis Abeba, Etiópia, a determinação de Angola em continuar a trabalhar em prol da estabilidade do Continente Africano e do mundo em geral.

Fonte: Angop

A consideração foi feita numa reunião conjunta entre a União Africana (UA) e a Organização das Nações Unidas (ONU), para avaliar a implementação do Acordo Quadro para a paz, segurança e estabilidade na República Democrática do Congo (RDC), em que interveio em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Neste sentido, sublinhou o constante empenho do Chefe de Estado angolano a presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) para a paz e estabilidade na RDC, onde esteve a 19 de Janeiro deste ano, em visita oficial, com uma agenda bilateral, regional e internacional.

Na reunião, que decorreu à margem da 24ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da UA, aberta sexta-feira, Manuel Vicente expressou igualmente o engajamento dos presidentes dos países membros da CIRGL e do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-mon, no trabalho conjunto para o estabelecimento da paz na RDC.

Lembrou que quando se assinou a Acordo Quadro, em 2013, entre a CIRGL e a ONU, a situação no Leste da RDC era preocupante, com a presença de vários grupos armados que na sua maioria foram derrotados militarmente, numa coordenação entre as forças armadas da RDC, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização na RDC (MONUSCO), e a brigada da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

“Hoje esta situação melhorou, mas confrontamos ainda com o grupo rebelde FDLR, que depois de prometer varias vezes à CIRGL e à SADC que desarmaria voluntariamente, até este momento não cumpriu de forma livre e espontânea”, disse.

Lembrou que a postura intransigente da FDLR levou os Chefes de Estado e de Governo, bem como os ministros pertencentes à CIRGL e à SADC a se reunirem várias vezes durante o ano passado, para avaliar o estado do processo de desarmamento e rendição voluntário do grupo rebelde.

“Hoje constata-se que dos cerca de 1500 rebeldes da FDLR, apenas 300 se terão rendido ao posto de Kissangani”, lamentou o governante, afirmando que esta situação inaceitável já levou a CIRGL e a SADC a tomarem uma posição firme para o seu desarmamento obrigatório.

Manuel Vicente felicitou o Presidente da RDC, Josehp Kabila, por ter autorizado, dia 30 de Janeiro de 2015, as FADC a iniciarem a operação militar com o apoio da MUNUSCO para o desarmamento compulsivo das FDLR, informando que a decisão corresponde a posição da CIRGL, SADC e comunidade internacional.

“Deste modo, peço que todos apoiemos esta decisão e mobilizemo-nos para a desarticulação do grupo rebelde FDLR, que já criou prejuízos bastantes no Leste da RDC”, concluiu.