Soyo – O Vice-Presidente da República, Manuel Domingos Vicente, revelou na segunda-feira, 02, no Soyo, que o sistema de educação conta com 203 mil 877 trabalhadores, o que corresponde a 54% dos funcionários da função pública, sendo 201 mil 637 nos sub-sistemas de educação pré-escolar, ensino geral, educação de adultos, formação de professores e ensino técnico profissional e dois mil 240 no ensino superior.

Fonte: Club-k.net
MV3.jpg - 90.07 KBManuel Vicente que discursava na cerimónia de abertura do ano lectivo 2015, que vai decorrer sob o lema “Pela afirmação do sistema de educação trabalhemos por um corpo docente de excelência e comprometido com o desenvolvimento do país”, afirmou que está em curso a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação até 2025, um instrumento para a gestão do sistema de educação a curto e médio prazo.

O governante alegou que “a implementação da revolução da qualidade da educação tem como principal alicerce o professor, pois, este ocupa papel primordial no processo docente educativo, tendo em conta, entre outras responsabilidades, as de motivar e criar as condições técnicas para que o conhecimento aconteça, bem como a organização e sucesso da sua turma”.

“No presente ano lectivo, os gestores das instituições de ensino devem dirigir as suas acções no sentido de consolidarem as lideranças nas escolas, em prol da qualidade da educação”, disse o Vice-Presidente da República, para quem todos os actores educativos devem conjugar sinergias e convergir acções, para o sucesso do projecto educativo.

Manuel Vicente lembrou que a revolução da qualidade na educação tem como alicerce principal o professor, que ocupa o papel primordial no processo educativo, e ao qual também compete motivar e criar as condições técnicas para que o conhecimento aconteça, incluindo a organização e sucesso dos alunos.

O Vice-Presidente da República qualificou a educação como  um fenómeno, e a escola como uma pequena comunidade, onde a participação de todos os cidadãos é fundamental. Manuel Vicente anunciou que, como medida para uma melhor formação profissional do corpo docente, o Ministério da Educação está a introduzir acções consubstanciadas na redefinição dos perfis de entrada, análise dos currículos e a organização de cursos de qualificação pedagógica, tendo em conta o recrutamento de futuros docentes em regime de efectividade.  

Com estas acções e outras que brevemente são inseridas na formação continua dos professores, o Executivo vai intensificar o trabalho metodológico e inspectivo nas escolas, e oferecer aos professores ferramentas para melhorar a qualidade das aulas, incentivando uma relação saudável entre alunos, professores, directores e inspectores.

Organização da rede

Como principais desafios nos domínios do ensino, o Vice-Presidente da República apontou a organização da rede escolar em todo país, insuficiência de professores qualificados, crianças fora do sistema de ensino, falta de envolvimento dos pais e encarregados de educação na gestão da vida escolar, e êxodo de docentes das zonas periféricas rurais para as cidades, sobretudo devido à falta de compromisso patriótico e profissional com a causa da educação.

O Executivo, referiu, presta todo o apoio às estruturas da educação, para se encontrar uma “estratégia concreta”, para a solução gradual dos problemas e desafios identificados no âmbito da Avaliação Global da Reforma Educativa.

O Vice-Presidente da República afirmou que o sistema de educação tem 203.877 trabalhadores, representando 54 por cento dos trabalhadores da Função Pública. Salientando que todo o esforço de investimento no sector da Educação tem como finalidade valorizar os angolanos, tornando-os cada vez mais capazes pela via da escolaridade, formação profissional e académica, para atingirem níveis elevados de bem-estar e realização profissional, a fim de contribuírem para o desenvolvimento sustentável do país.

Manuel Vicente  lembrou aos docentes a necessidade de Angola contar com quadros nacionais “altamente qualificados” e professores bem formados, capazes de se adaptarem rapidamente ao ambiente de mudança e às necessidades impostas pelo novo sistema de educação e ensino em Angola.

Contenção de gastos

O Vice-presidente da República recomendou igualmente aos gestores da educação um eficaz controlo das finanças públicas, tendo em conta a conjuntura económica mundial afectada pela baixa do preço do petróleo.

Manuel Vicente pediu aos gestores para pautar as suas acções e decisões por uma contenção de gastos e esforços no sentido de as planificarem bem e primarem pela qualidade de despesas a serem efectuadas.

“Para a educação a qualidade de despesas expressa-se no engajamento de todos nas tarefas do processo de ensino e aprendizagem, com o recurso ao conhecimento do valor real do investimento na formação do aluno e na perspectiva da sua inserção no mercado do trabalho, tendo em conta a diversificação da economia angolana”, sublinhou.

Acredita que os resultados do Censo Geral da População e os resultados do estudo sobre o custo por aluno constituem outros instrumentos de apoio à planificação no sector da educação, que ditam uma nova era em termos organização de dados estatísticos que reflectirão na qualidade de informação que o sector passará a produzir e a partilhar com a sociedade.

O governante afirmou que a melhoria da qualidade dos dados estatísticos impulsionará a materialização dos processos de municipalização dos serviços de educação, desenvolvimento de liderança das escolas e aprimoramento da gestão administrativa e pedagógica e a adequação fundamentada de propinas estabelecidas nas instituições de ensino particular.

A província do Zaire, recordou, está a dar “passos significativos”, de desenvolvimento no sector da educação, com uma rede escolar de 236 escolas primárias, 45 do primeiro ciclo do ensino secundário, oito do segundo ciclo do ensino secundário geral, duas do segundo ciclo de formação de professores, uma do ensino especial, e outra técnico-profissional.

Inaugurações

Durante a sua estadia no município do Soyo, o Manuel Domingos Vicentes inaugurou primeiramente, após ter reunido a porta fechada com o governador Joanes André, um instituto politécnico de nove salas de aulas e igual número de laboratórios, três dos quais de informática. A escola vai ministrar cursos  de soldadura, electricidade, petróleo e gás, mecânica, instrumentalização, torneiro mecânico e de inglês.

A par isso, o dirigente inaugurou de igual modo duas escolas adstritas a Igreja Católica, sendo a primeira do I ciclo de São Francisco de Assis, de 26 salas, e outra do II ciclo, com 20 turmas, por período, baptizada por Madre Maria de Fátima da Missão do Mpinga. Inaugurou ainda um complexo escolar de 29 salas de aulas, para o I e II níveis.  

A jornada incluiu também a visita a zona de construção do Instituto Superior Politécnico projectado para seis mil 400 estudantes por turno. Esta instituição terá cursos de economia, engenharia civil e química e petróleos, administração e direito.

Nas imediações estão em construção um pavilhão multiuso, um mercado e um estádio de futebol, segundo informações prestadas na ocasião. Ainda nesta segunda-feira visitou as obras de  construção da 400 vivendas  na zona urbanística de Mavacala. A empreitada deverá estar concluída em Abril próximo.

Oferta de bens

Antes de regressar a Luanda, Manuel Vicente doou bens diversos às autoridades tradicionais, antigos combatentes e estudantes. Entre os bens constavam motorizadas, televisores, geradores, fogões, materiais agrícolas e computadores.

De realçar que, testemunharam o acto de aberto oficial do lectivo 2015, os ministros da Educação (Pinda Simão), dos Petróleos (Botelho de Vasconcelhos) e da Administração do Território (Bornito de Sousa), entidades Eclesiásticas e tradicionais, empresários e os demais convidados.

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