Luanda - O Banco Nacional de Angola (BNA) acusou os bancos comerciais de estarem a privar os seus clientes da utilização e movimentação dos seus recursos, negligenciando a existência de um vínculo contratual estabelecido entre as duas partes.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Moeda.jpg - 57.63 KBEm causa está a crise provocada pela queda na cotação do petróleo no mercado internacional que, por sua vez, fez diminuir a entrada de divisas em Angola. Em consequência, os bancos comerciais angolanos passaram a limitar os levantamentos das contas em moeda estrangeira.

Na manhã de hoje, a VOA esteve em alguns bancos comerciais e recebeu a mesma resposta: “não temos divisas”. Entretanto o BNA insiste em dizer que deu aos bancos comerciais divisas suficientes para atenderem às transacções no país.

O economista José Matuta afirma que a medida do BNA vai ajudar as transacções internacionais, mas “temos que dar tempo ao tempo”.

Com a suspensão em Dezembro passado da venda de divisas, o valor do kwanza disparou, nomeadamente no mercado informal. Com este recuo, segundo alguns especialistas, o BNA pretendeu também evitar o aumento do valor do kwanza, mas para o economista Horácio Rodrigues dificilmente a moeda nacional regressará ao seu valor inicial.

“Vai ser difícil estabilizar a moeda nacional a 10 mil porque o factor emocional é muito importante”, justificou.

Por outro lado, o envio de remessas para o estrangeiro e o pagamento de facturas internacionais enfrentam vários constrangimentos desde Dezembro do ano passado.

O banco central angolano referiu ainda que, "enquanto garante da estabilidade do sistema financeiro", para "ultrapassar eventuais irregularidades", os clientes visados devem formalizar queixas junto da instituição.

Anteriormente, o governador do BNA justificou a dificuldade do acesso a divisas com "antecipações erradas" da crise do petróleo por agentes económicos.

Na última sexta-feira, José Pedro de Morais Júnior afirmou não existirem motivos para as dificuldades relatadas no acesso generalizado a dólares nos bancos comercias, numa altura em que o câmbio disparou no mercado informal para 18.000 por cada nota de 100 dólares.