Luanda - Em alusão ao primeiro aniversario do passamento físico do dirigente nacionalista histórico angolano, Agostinho André Mendes de Carvalho “Unhenga Xitu”, uma neta fez recurso as redes sociais para lembrar os ensinamentos do malogrado com uma emocionante mensagem.

Fonte: Club-k.net/Lusa

29 de Agosto de 1924  -   13 de Fev de 2014

“Faz hoje um ano desde que partiste, recordo-me de ti com enorme alegria e orgulho de fazer parte do teu legado” escreveu Nhary Misleidy lembrando que  “Verdadeiros líderes não investem em prédios e impérios”.

 

 “Investiste em nós como pessoas porque o sucesso sem sucessor é um fracasso. Formaste em nós caracteres dignos e nacionalistas para lutarmos sempre por uma Angola melhor. Obrigada por existires, obrigada pelos ensinamentos, conselhos, e acima de tudo por deixares o teu legado”, recordou Nhary Misleidy.

 

De realçar que  Agostinho  Mendes de Carvalho, foi um dos poucos dirigentes angolano  que deixou vasta obra literária sob o pseudónimo Uanhenga Xitu.

 

Nasceu a 29 de Agosto de 1924, em Calomboloca, município de Icolo e Bengo, província de Luanda. Em 1959 foi preso pela polícia política portuguesa PIDE e enviado para o campo de concentração de Tarrafal, em Cabo Verde, onde permaneceu entre 1962 e 1970, e onde começou a escrever. Depois da independência de Angola, em 1975, foi eleito membro do Comité Central do MPLA, Governador de Luanda, ministro da Saúde, embaixador de Angola na ex-República Democrática Alemã e deputado à Assembleia Nacional. Na sua obra, que críticos literários consideram integrar uma "forte componente de crítica política e social", destacam-se dois títulos, 'O Ministro' (1989) e 'Cultos Especiais' (1997), que se assumem como "uma sátira ao culto da personalidade e ao comportamento dos políticos". 

 

Escritor prestigiado em Angola e no estrangeiro, as suas obras encontram-se  traduzidas em várias línguas. Uma das últimas intervenções sociais foi a assinatura de uma carta aberta dirigida em março de 2012 ao Presidente angolano José Eduardo dos Santos, juntamente com outros escritores e políticos, em que expressava a sua "preocupação e indignação" pela repressão policial sobre manifestantes antigovernamentais. Acompanharam-no nessa carta aberta o também escritor e Prémio Camões em 1997 - Pepetela, e o ex-Primeiro-ministro e ex-secretário-geral do MPLA - Marcolino Moco.